sexta-feira, agosto 12, 2005

Mark Shuttleworth em Manaus




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Veja a cobertura da vista de Mark em Manaus feita pela Comunidade Sol e as fotos desta visita histórica para a comunidade de Manaus.


"Você pode ser definido pelo que fez pelo outro", afirma Mark

Aproveitando os momentos da visita feita a Manaus, no último sábado, 6/8, o sul-africano Mark Shuttleworth conferiu de perto a organização não-governamental CPC Lefran. Na ocasião, o idealizador do Ubuntu teve a oportunidade de conhecer o trabalho da instituição que atua há cerca de 6 anos no apoio à educação de jovens e adultos da comunidade onde está localizada. Dentre outras atividades, o Lefran promove cursos de informática básica e, desde junho deste ano, utiliza o software livre como única plataforma para as aulas no computador.

Mark falou aos alunos e instrutores presentes. Ele afirmou estar feliz por ter a oportunidade de presenciar as mudanças pelas quais o mundo passa atualmente e, nesse particular, destacou os avanços tecnológicos alcançados nos países em desenvolvimento, como no Brasil. "O software livre é um exemplo concreto de como as pessoas podem trabalhar de forma livre e independente. Qualquer pessoa pode construir os produtos que quiser, da forma como achar melhor e distribuir de sua maneira". E ainda complementou: "Ninguém mais pode ser definido pelo lugar onde nasceu e sim pelo que pode fazer pelos outros", finalizou o sul-africano.

O CPC Lefran fica localizado no Bairro São Jorge, Zona Oeste de Manaus. A instituição também fornece aulas de reforço para crianças e adolescentes do ensino fundamental e médio. De acordo com o pedagogo do Lefran, Oziel Sá, ainda é preciso fazer mais, mas para isso a ONG necessita de ajuda financeira. "Estamos tentando conseguir mais máquinas e recursos. Queremos ajudar cada vez mais a comunidade que mora no São Jorge. Por enquanto, estamos sem nenhum recurso. Esperamos obter apoio financeiro em breve", revelou o educador

Simplicidade, futebol e comunidade

Em um passeio de barco com a Comunidade SOL Software Livre para conferir de perto as belezas naturais da região, Mark Shuttleworth também pôde conhecer o Livramento, uma comunidade carente que está localizada a (aproximadamente) 30 minutos de barco de Manaus. A rua em que a caravana caminhava não podia levar a um lugar diferente do que aquele considerado quase como um templo sagrado no Brasil: o campo de futebol. Na "arena", de terra batida, algumas crianças da comunidade brincavam de futebol. Uma única trave, aliás enorme para os pequenos artilheiros, era suficiente. Não haviam times. As mesmas crianças que disputavam a posse da bola tocavam a bola entre si. De relance, todos que estavam no grupo estavam em campo. Sem a necessidade de qualquer escalação prévia, a partida rolava no mesmo ritmo. Sem times. Dribles, passes de bola a quem pedia, gols comemorados por todos. As crianças, ao verem a importância que a partida havia assumido, empenhavam-se ao máximo para mostrar o seu melhor futebol.

Terminada a partida sob o forte calor da capital amazonense, como em toda partida "oficial", foram tiradas as fotos. Num bate-papo sobre a protetora sombra de uma árvore, Mark explicava às crianças um pouco de sua experiência no espaço. Algumas desconfiadas com aquela história tão inusitada. Outras olhavam para o céu tentando entender. Que grande experiência Mark estava compartilhando com as crianças. O mais interessante foi constatar depois que aquelas crianças, em sua simplicidade, também ensinaram algo ao cosmonauta visitante. No caminho de volta ao barco, Mark, ao ver a simplicidade com que o jogo havia se formado, os gols comemorados sempre por todos e a desnecessária etapa de divisão de times, comentou: "Agora eu sei o que significa o futebol". Os pequenos artilheiros retribuíram à altura a troca de experiência iniciada por Mark. Sem saber. Enfim, todos aprendemos com tudo aquilo.

Visita de Mark Shuttleworth a Manaus entra para a história do movimento software livre no Amazonas

União e intensidade. Essas são as palavras que melhor definem o antes e o depois da visita do milionário sul-africano Mark Shuttleworth até a cidade de Manaus. Desde o convite para conhecer a Comunidade Sol e algumas iniciativas de software livre na capital amazonense até o recebimento do sim oficial de Mark, foram poucos dias de preparação. E o tão esperado fim de semana (6 e 7 de agosto de 2005) terminou cheio de saudades e com uma forte certeza no coração de todos os que puderam estar perto da pessoa simples e fraterna que é Mark Shuttleworth: a união e o empenho vistos durante todos esses revelou o sentido mais verdadeiro da palavra que cerca o grupo – comunidade!

No sábado à tarde, Mark proferiu a palestra pública e gratuita “Ubuntu Linux: free software and humanity to others". Durante sua explanação, o idealizador do Ubuntu afirmou que por meio do software livre é possível integrar pesoas diferentes de forma maids fácil. “Colaboração e cooperação são as duas palavras-chave que refletem a ideologia do SL”, diz o também desenvolvedor Debian.

Nos últimos 18 meses, Mark dedica-se ao desenvolvimento de uma plataforma de trabalho em SL que possa competir em pé de igualdade com a plataforma que domina o mercado computacional atualmente. De acordo com o desenvolvedor, o maior desafio é fazer com que cada cidadão tenha acesso à tecnologia do computador sem precisra pagar por isso. “Um de meus maiores objetivos é fazer com que os desenvolvedores de software livre trabalhem de forma cada vez mais integrada e sejam capazes de definir mais formas de ajudar os outros”, revela Mark.

Sobre suas impressões com relação às iniciativas de SL no Brasil, Mark disse que nosso País é um dos grandes pólos de desenvolvimento de SL e demonstra um forte engajamento por parte das pessoas envolvidas. “O envolvimento dos brasileiros com essa causa é muito encorajador para o desenvolvimento econômico e social”, diz Mark.

Você pode conferir as fotos da visita de Mark Shuttleworth à Manaus na galeria de fotos da Comunidade SOL Software Livre.

Nascido na África do Sul, Mark é desenvolvedor da distribuição Debian GNU/Linux desde a década de 90 e atualmente contribui ainda com o desenvolvimento do Ubuntu. Em uma de suas aventuras, o criador do Ubuntu foi parar, literalmente, no espaço. Em 2002, após pagar U$$ 20 milhões, Mark embarcou na nave espacial russa Soyuz rumo à Estação Espacial Internacional onde participou de pesquisas sobre a Aids e o genoma. Além disso, através de uma fundação sem fins-lucrativos que leva o seu próprio nome, Mark financia projetos educacionais e sociais na África do Sul. Mais informações sobre Shuttleworth podem ser encontradas em sua página (http://www.markshuttleworth.com/).


Fonte: Comunidade Sol


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