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“A expansão do software livre é só uma questão de tempo – é uma grande opção, ninguém tem dinheiro para comprar IBM, Microsoft. Não há como frear isso, os fabricantes é que terão de se adaptar”. Esta é a previsão do sul-africano Mark Shuttleworth, hacker empresário que ficou mundialmente conhecido com a venda milionária de sua então companhia, a Thawte, para a VeriSign; por ter sido o responsável pela criação do software livre Ubuntu...
...e pela fundação da Canonical, desenvolvedora de programas de código aberto e de ferramentas de suporte para os mesmos. Em palestra apoiada pelo Baguete, em Porto Alegre, na quinta-feira, 11, o executivo enfocou suas duas paixões: o próprio trabalho e o espaço sideral – após a venda de sua organização, Shuttleworth fez uma viagem de turismo espacial, outro motivo de seu estrelato.
“Quando voltei do espaço, estava desempregado. Comecei a pensar no que faria, e procurei pelo que seria um próximo passo fundamental na tecnologia. Foi aí que vi, na África do Sul, projetos de implantação do Linux nas escolas a baixíssimos custos e me encantei”. Assim o empresário define sua retomada profissional, que deu origem ao Ubuntu, software hoje, segundo ele, amplamente adotado por várias organizações e usuários físicos ao redor do mundo. Para Shuttleworth, o opensource está gradativamente ganhando terreno, cativando não somente a iniciativa privada, como também, e principalmente, os órgãos públicos. “Os governos já pensam quase que majoritariamente no software livre, visto a economia que gera”, declara. De acordo com o hacker, importantes instituições, como as grandes bolsas de valores, já se utilizam de tecnologia Linux, o que impulsiona o setor e amedronta os fabricantes dos programas pagos, como o Windows. “O único problema que ainda temos é quanto à habilidade das pessoas com este tipo de sistema. As empresas que quiserem adotá-los terão de retreinar seu pessoal, e isso as deixa temerosas”, diz, acrescentando que, no fundo, quem deve temer são gigantes como Microsoft e IBM, por exemplo: “O opensource está evoluindo, e isso, cada vez mais, tornará muito difícil a vida de quem vende software pago”, prevê.
Shuttleworth crê que dentro de três a cinco anos já se deva notar um grande “boom” do software livre no mundo, com interfaces de código aberto disponíveis em centenas de idiomas (atributo que, para ele, seria um dos principais na adesão de novos usuários). O empresário enfoca, ainda, a necessidade de investimento em ferramentas de suporte para este tipo de programa, mas diz, confiante, já notar um bom número de interessados neste campo.
Fonte: Baguete
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