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Por Vera Vieira*
O que é gênero? É uma construção cultural que se dá ao longo dos séculos, caracterizada por relações sociais desiguais entre homens e mulheres. Essa construção cultural acontece e é reforçada por símbolos, leis, normas, valores, instituições e subjetividade. A realidade é construída pelas pessoas tanto pela via da razão, quanto pela da emoção.
O homem continua sendo privilegiado em termos de poder e oportunidades, o que provoca a limitação da autonomia das mulheres, de seu potencial e do acesso ao poder econômico e político.
São graves as conseqüências para a sociedade: a cada 15 segundos uma mulher é espancada; quase 30% das mulheres são chefes de família; a mulher ganha cerca de 40% menos que o homem, na mesma função e com nível de escolaridade superior...
Assim, a discriminação que as pessoas sofrem em seu cotidiano não pode ser analisada apenas a partir da classe social a que pertencem, mas levando em conta também sexo, raça/etnia, idade, orientação sexual... É por isso que não se pode falar em avanço da democracia e justiça social, sem considerar esses fatores.
A feminista Heleieth Saffioti discorre sobre a impossibilidade de se dissociar as três categorias de dominação - patriarcado, raça e classe social -, que persistem ao longo dos séculos como fatores determinantes das desigustoricamente, o patriarcado é o mais antigo sistema de dominação-exploração. Posteriormente, aparecealdades, ao relembrar que
“(...) hi o racismo, quando certos povos se lançam na conquista de outros, menos preparados para a guerra. Em muitas destas conquistas, o sistema de dominação-exploração do homem sobre a mulher foi estendido aos povos vencidos. Com freqüência, mulheres de povos vencidos eram transformadas em parceiras sexuais de guerreiros vitoriosos ou por estes violentadas. Ainda na época atual isto ocorre. Quando um país é ocupado militarmente por tropas de outra nação, os soldados servem-se sexualmente de mulheres do povo que combatem. (...) Desta sorte, não foi o capitalismo, sistema de dominação-exploração muitíssimo mais jovem que os outros dois, que ‘inventou’ o patriarcado e o racismo. Para não recuar demasiadamente na história, estes já existiam na Grécia e na Roma antigas, sociedades nas quais se fundiram com o sistema escravocrata. Da mesma maneira, também se fundiram com o sistema feudal. Com a emergência do capitalismo, houve a simbiose, a fusão, entre os três sistemas de dominação-exploração... Na realidade concreta, eles são inseparáveis, pois se transformaram, através deste processo simbiótico, em um único sistema de dominação-exploração, aqui denominado patriarcado-racismo-capitalismo. (...) Há uma razão muito forte para que não se proceda pelo raciocínio da priorização, do privilegiamento de um sistema de dominação-exploração. É que, na realidade concreta, observa-se, de fato, uma simbiose entre eles. Esta fusão ocorreu em tal profundidade, que é praticamente impossível afirmar que tal discriminação provém do patriarcado, ao passo que outras se vinculam ao sistema de classes sociais e ou ao racismo.”
O que é feminismo?
Nos últimos trinta anos o movimento feminista tomou grande impulso, radicalizando a luta pela igualdade de gênero, estratégia de sucesso para pautar a importância da temática no mundo, até hoje estigmatizada pela queima de sutiã em praça pública. Foi na década de 70 que se incorporou a expressão ‘relações de gênero’, considerada complexa e confusa por muita gente.
Obviamente, o trajeto de produção acadêmica e as práticas revelaram diversas correntes do feminismo. Simone de Beauvoir pode ser considerada uma precursora nos estudos de gênero - mesmo sem utilizar este termo -, com seu livro O Segundo Sexo, lançado em 1949, que repercutiu e causou polêmica em várias partes do mundo. Uma das frases da célebre filósofa - apesar de carregar a injusta fama de ‘sombra de Sartre’; provavelmente para reforçar o dito popular ‘por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher’... -, contida no livro, é permanentemente citada: não se nasce mulher, torna-se mulher. Segundo Heleieth Saffioti,
“Essa frase, na verdade, reúne o único consenso que existe entre feministas a respeito de gênero. Todo mundo diz: gênero é uma construção social. Muitas vezes, porém, quem diz não sabe o que isso significa; mas todo mundo está de acordo que o gênero não é biológico, que ele é social. Esse é o único acordo; não existe consenso sobre mais nada; cada uma pensa o gênero de uma maneira diferente: umas são pós-modernas, outras são humanistas, outras partem da diferença sexual, outras são indiferentes à diferença sexual, enfim, há feminismos, teorias feministas e não ‘a teoria feminista’, não ‘o feminismo’ no singular. A liberdade de pensar quando não se tem modelo - isso é o que acontece - é muito saudável; cada pessoa tem a liberdade de pensar o que bem entender e depois, quem sabe, quando essas idéias amadurecerem, haverá um corpo mais coeso de teorias ou, então, talvez uma teoria feminista. Mas eu duvido muito, exatamente por causa das interseções de classe, de etnicidade, que impedem a existência dessa homogeneidade.”
Saffioti distingue os seguintes enfoques nos estudos até agora desenvolvidos, contribuição esta fundamental para clarear, neste trabalho, o posicionamento desta pesquisadora, que se encontra na última corrente:
1. Conservantismo: postura que, exatamente em razão de focalizar o sexismo como desigualdade natural, assume-se como não-feminista, já que naturaliza processos sociais. Assim, para esta corrente de pensamento, as mulheres são naturalmente inferiores aos homens.
2. Liberalismo: tem como postulados fundamentais a liberdade, a igualdade, a fraternidade, todos situados no plano exclusivamente formal. Para os liberais, a inferioridade social da mulher deriva da desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres, especialmente nos campos da educação e do trabalho. Para esta corrente, basta qualificar a mão-de-obra feminina e oferecer-lhe oportunidades de trabalho para eliminar a inferioridade social da mulher. Obviamente, o pressuposto básico desta linha de pensamento consiste em considerar o capitalismo como o regime sócio-político-econômico libertador da mulher. (...) A ampliação da cidadania feminina aspirada pela postura liberal esbarra com os limites do capitalismo, sistema no qual os diferentes indivíduos partem de situações muito desiguais. (...) Esta corrente de pensamento desempenhou importante papel na luta pela conquista do voto feminino em todo o mundo. (...) O feminismo liberal esgota-se na luta por liberdades formais.
3. Marxismo dogmático: caracteriza-se por um profundo reducio-nismo. Tachando de diversionista a luta pela democratização das relações de gênero, não apenas privilegia a luta de classes em detrimento de outras (contra o sexismo e o racismo), como também só reconhece essa luta como legítima. (...) Este equívoco dos marxistas dogmáticos tem impedido que países em vias de construção do socialismo cheguem a democratizar as relações entre homens e mulheres e entre indivíduos de diferentes raças. Desta forma, não se pode considerar esta corrente de pensamento como feminista. Ao contrário, ela rejeita enfaticamente o feminismo no singular, justamente porque não conhece senão um tipo de feminismo, ou seja, o radical.
4. Feminismo radical: assim denominado não por seu radicalismo político, mas por sua intransigência quanto à não-aceitação das próprias diferenças sexuais biologicamente definidas. As adeptas desta corrente desejam alcançar total autonomia em relação ao homem, inclusive no terreno sexual. Felizmente, trata-se de corrente inexpressiva em todo o mundo e especialmente no Brasil. Não obstante sua irrelevância, é esta a postura que serve aos meios de comunicação de massa e demais machistas na tarefa de nivelar por baixo, de considerar todas as feministas iguais, de angariar antipatias para todo e qualquer feminismo. Desta maneira, o feminismo radical fornece munição aos inimigos da luta pela democratização das relações de gênero. Rigorosamente, portanto, esta postura não é feminista, mas profundamente sexista. Efetivamente, é tão sexista quanto o machismo. A única diferença entre o feminismo radical e o machismo consiste no fato de que o primeiro privilegia a mulher e o segundo privilegia o homem. Identificam-se, pois, quanto ao grau de sexismo que apresentam e defendem.
5. Feminismo socialista: corrente de pensamento muito mais com-plexa que as anteriores, tratando de lidar, simultaneamente, com todas as contradições básicas da sociedade regida pelo patriarcado -racismo-capitalismo. (...) Embora o grau de êxito destas tentativas varie, há sempre a intenção de não negligenciar os antagonismos fundamentais que respondem pela opressão de mulheres, minorias étnicas e pobres. Como é extremamente difícil tratar todas as contradições ao mesmo tempo, observa-se uma tendência a privilegiar, embora ligeiramente, uma contradição em detrimento de outra. (...) A História mostra a inadequação desta estratégia. Por isso, a estratégia aqui proposta é a do ataque à própria simbiose entre o patriarcado, o racismo e o capitalismo. Esta proposta tem maior alcance do que a de atacar simultaneamente todas as contradições, todos os antagonismos. Isto significa investir contra a própria fusão dos mencionados esquemas de dominação-exploração. Se cada um deles representa uma grande força, sua simbiose não soma a força que cada um traz, mas potencia esta força. (...) Rigorosamente, o único feminismo radical do ponto de vista político é o feminismo socialista, pois ser radical significa tomar as coisas pela raiz. (...) Este feminismo está muito longe de ser rancoroso, ressentido, amargo. A rigor, é o oposto disto, pois visa a estabelecer a igualdade entre seres humanos para possibilitar-lhes o desfrute do prazer, concebido amplamente.
O que são TICs? (Tecnologias da Informação e Comunicação) = Informática + sistemas digitais + Internet
São meios que utilizam, ao mesmo tempo, as telecomunicações e a tecnologia informática (responsáveis pela ressignificação das práticas capitalistas).
As TICs podem ser definidas como tecnologias e instrumentos usados para compartilhar, distribuir e reunir informação, bem como para comunicar-se umas com as outras, individualmente ou em grupo, mediante o uso de computadores e redes de computadores interconectados (via Internet).
A vinculação de equipamentos de computação, que se comunicam entre si, criou sistemas de informação em rede baseados em um protocolo comum. Isso alterou de maneira radical o acesso à informação e à estrutura da comunicação, estendendo os alcances das redes a muitas partes do mundo.
De maneira geral, a expressão TIC é utilizada para abranger as inovações tecnológicas e a convergência de informação e comunicação, que estão transformando nosso mundo na chamada Sociedade da Informação e Conhecimento. São as chamadas “novas mídias”, caracterizadas pela confluência de diversos veículos, propiciada pela Internet e pelos sistemas digitais.
As TICs podem ser definidas como o conjunto de inovações em microeletrônica, computação (hardware e software), telecomunicações e optieletrônica (microprocessadores, semicondutores, fibra ótica), que permite o processamento e armazenamento de enorme quantidade de informação, juntamente com sua rápida distribuição através de redes de comunicação.
Informática + sistemas digitais + Internet = novas mídias (provocando a aceleração da globalização, isto é, a ressignificação das práticas capitalistas)
Os sistemas informatizados tiveram um impulso estrondoso no início dos anos 80, mas já no início dos anos 70, os microprocessadores permitiram que as máquinas operatrizes passassem a ser comandadas por processos computacionais. Em seguida, acelerou-se a substituição dos processos de produção e técnicas com a criação de novos produtos – fax, vídeo, CD, computador, sementes de laboratório (biotecnologia), etc.
As inovações tecnológicas, principalmente a da informática, configuraram a ressignificação das práticas capitalistas, ou seja, o avanço do processo de globalização, que se acentua com o advento da Internet. A grande diferença do significado da palavra globalização está na produção com base na formação de grandes empresas em rede, com atividades planetárias (ex: compra de componentes em várias partes do mundo, que se utilizam de mão-de-obra barata; a concentração de empresas aonde convém; o controle dos mercados, on line, por poucos monopólios mundiais).
O intenso processo de fusão de empresas, tanto na área produtiva, como na financeira, só foi possível graças à revolução das tecnologias da informação e comunicação. As grandes empresas passam a formar os megaconglomerados, infiltrando-se no sistema financeiro, de informação, de telecomunicações, no âmbito político, etc. Essa prática acentua a subordinação dos países pobres, aumentando o número de pessoas completamente excluídas do sistema.
Interligar Gênero e TICs significa:
Conscientizar-se da influência exercida pelas TICs em todos os âmbitos da vida das pessoas, como um processo irreversível, isto é, Um novo tempo, um novo espaço: as coisas fora do lugar.
* Ponderar a visão de que as TICs não são nem o céu e nem o inferno, apenas uma realidade (com forte impacto na objetividade e subjetividade das pessoas).
* Saber que as TICs podem ser utilizadas tanto para exacerbar como para transformar as relações de poder desiguais e as discriminações.
* Compreender que as relações de poder - que envolvem classe, gênero, raça, etnia, idade, localização geográfica - produzem complexas desigualdades na dinâmica do acesso e do uso das TICs: entre homens e mulheres, brancos e negros, pobres e ricos, campo e cidade, Norte e Sul, pessoas com ou sem conexão, dentro da comunidade local, em países soberanos e no âmbito internacional.
* Atualizar e implementar as ações educativas para a cidadania e os processos de transformação social, aproveitando-se os aspectos positivos do novo panorama.
* Utilizar as TICs como instrumento de empoderamento das pessoas e das comunidades, para o avanço de uma sociedade mais justa e igualitária.
* Direcionar um novo olhar às práticas sociais, que considere a revolução das TICs com sua influência no cotidiano das pessoas e na produção de sentidos. (pois provocam novas noções de tempo e espaço, um novo jeito de ver e sentir – geração digital x geração analógica).
* Inter-relacionar a área de educação com a área de comunicação, visando atualizar a teoria e a prática, na chamada ‘Sociedade da Informação’, em função da moldagem da sociedade pelas TICs em todos os campos: técnico, político, econômico e sociocultural.
Como a Rede Mulher vem trabalhando a temática:
* Programa 2: EDUCOMUNICAÇÃO
(estabelecido no final dos anos 90)
- Objetivo: inter-relação da área de educação com a área de comunicação, visando atualizar a teoria e a prática, na chamada ‘Sociedade da Informação’.
- Trata-se de um esforço para reorientar a metodologia de educação popular feminista, em função da moldagem da sociedade pelas TICs em todos os campos: técnico, político, econômico e sociocultural.
- Para continuar avançando, torna-se necessário um novo olhar às práticas sociais, que considere a revolução das TICs com sua influência no cotidiano das pessoas e na produção de sentidos.
(pois provocam novas noções de tempo e espaço, um novo jeito de ver e sentir – geração digital x geração analógica).
Focos do Programa EDUCOMUNICAÇÃO
- O termo Educomunicação foi inicialmente utilizado pelo educador popular Mário Kaplun, em 1985.
-O conceito era utilizado num contexto em que os estudos pressupunham a educação ‘para’ a comunicação e buscava-se uma leitura crítica dos meios de comunicação.
-O Programa Educomunicação da Rede Mulher foi implantado quando o termo já havia sido ressignificado: educação ‘com’, ‘pela’ e ‘para’ a comunicação.
-Assim, pressupõe a inter-relação do campo da educação com o da comunicação, abarcando três fases que se interligam:
1. Instrumentalização 2. Leitura Crítica 3. Mecanismos de Intervenção
1. Instrumentalização
Dimensões: - domínio das técnicas de funcionamento.
-compreensão e reconhecimento das técnicas de formatação (é a junção dos fragmentos da forma que vai atingir um conteúdo).
-percepção das lógicas econômicas e políticas que influenciam os mecanismos de produção, circulação e consumo (afetam os processos de democratização dos meios e da própria sociedade).
Objetivos: - tornar-se agente de produção de informação e comunicação (invertendo os papéis emissor/receptor).
-entender as novas noções de tempo e espaço (desterritorialização humana), assim como o novo modo de pensar e agir, traçando um paralelo da evolução das mídias antigas e novas (um veículo contaminando o outro).
-compreender a influência das forças econômicas e políticas em toda a dinâmica dos meios de comunicação de massa (e vice-versa).
-diferenciar o papel de órgãos relevantes, como a Anatel, Conselho de Comunicação Social, institutos de defesa do consumidor, comissões parlamentares de direitos humanos e Comitê Gestor da Internet do Brasil (gestão e regulamentação de protocolos e serviços; provedores de acesso, conteúdos, aplicações; uso da Internet).
2. Leitura Crítica
-Trocando em miúdos, significa ‘enxergar um palmo além do nariz’.
-‘Ler é o processo de passar da consciência ingênua, fragmentada, sincrética, para uma visão crítica, totalizante, englobadora. A consciência ingênua revela um certo simplismo na interpretação dos problemas, satisfazendo-se com o nível das experiências, do emocional, da retórica. A consciência crítica busca ir além das aparências, percebe a realidade como mutável; é investigadora, alimenta-se do diálogo, examina o velho e o novo sem preconceitos’. (Moran)
Dimensões: - percepção das linguagens utilizadas nas mensagens.
-reconhecimento da sinergia existente entre diferentes linguagens – palavras, sons, imagens, animação, etc – com um sistema contaminando o outro e compondo um novo produto.
-a nova ordem da linguagem midiática, cujo significado da mensagem é captado na sua totalidade, e não mais na ordem seqüencial.
-percepção ativa das mensagens, considerando o sujeito receptor como co-enunciador das mensagens, influenciado pelas forças sociais e culturais (não há passividade, pois a mensagem é reelaborada com a influência das diversas redes de relações).
Objetivos:
- compreender a complexidade das mídias em sua totalidade, para que se tornem instrumentos estratégicos de transformação das pessoas, individualmente, e da sociedade.
-atentar para os conteúdos que predominam nas mídias, quem os cria e qual a tendência cultural.
-analisar se os conteúdos refletem adequadamente os pontos de vista, conhecimentos e interesses dos diversos segmentos.
-conhecer o ritmo das políticas existentes focadas na brecha digital.
-verificar se as barreiras idiomáticas para o acesso às TICs estão sendo supridas com o desenvolvimento de aplicativos (ferramentas e bases de dados multilíngues, interfaces para alfabetos não-latinos, interfaces gráficas para pessoas analfabetas e programas de tradução simultânea).
-refletir se as TICs estão afetando o equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual das pessoas.
-atentar para a brecha geracional.
-perceber se a Sociedade da Informação (caracterizada pela quantidade e velocidade de informação) caminha para a Sociedade do Conhecimento (com capacidade de utilizar as informações e os veículos para solucionar problemas e construir um novo saber).
3. Mecanismos de Intervenção
Dimensões:
- criar e acionar mecanismos de intervenção.
-influenciar os veículos e instâncias pertinentes.
-considerar o potencial positivo dos meios.
Objetivos:
- avançar no processo de democratização dos meios de comunicação de massa (produção, circulação e consumo; direito de expressão, informação, comunicação, privacidade).
-alterar os padrões estereotipados, que reforçam as discriminações.
-visibilizar as propostas de educação cidadã, para ampliação de público.
-As duas frases abaixo, de Paulo Freire, são reveladoras desta fase de intervenção:
Meu papel no mundo não é só de quem constata o que ocorre, mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências.
Sei que as coisas podem até piorar, mas sei também que é possível intervir para melhorá-las. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado.
ALGUMAS AÇÕES DA REDE MULHER DE EDUCAÇÃO
- Provisão de computadores e provedor de Internet, para educadoras sem acesso.
(implementando a participação democrática, a partir das informações geradas e disseminadas; maior proximidade entre as educadoras de diferentes regiões; utilização das informações nas ações práticas).
- Criação do site www.redemulher.org.br (port/esp/ingl) (maior visibilidade da luta das mulheres para um público mais amplo e heterogêneo; conquista de novas parcerias)
- Capacitação: ‘O uso da Informática em projetos comunitários’. (IDRC e Novib)
- Capacitação: ‘Gênero e educação para intervenção na mídia’. (WACC e Novib)
- Tradução e disseminação da ‘Metodologia de Avaliação de Gênero em Novas Tecnologias da Informação e Comunicação’ (da APC/PARM).
- Início do projeto ‘A influência das TICs nas lideranças transformadoras’.
- Realização da pesquisa participativa ‘Demanda de Informação para criação de um portal da mulher latino-americana’. (ISIS)
- Participação no projeto ‘Mulheres rumo à Cúpula Mundial sobre Sociedade da Informação’ (ONU). (Fundo Ângela Borba).
- Participação na criação do ‘Fórum de Gênero pela Cidadania Digital’.
- Elaboração e disseminação do ‘Dicionário da Era da Informação’.
- Palestras e cursos para jovens de telecentros (oportunidade de abarcar este público para a educação cidadã).
As TICs não devem ser um fim, mas instrumentos para a cidadania transformadora.
FONTES:
VIEIRA, Vera. Gênero e Educação para Intervenção na Mídia. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes (USP/ECA). SP. 2002
www.apc.org (Associação para o Progresso das Comunicações / PARM-Programa de Apoio às Redes de Mulheres – GEM/TICs (Metodologia de Avaliação de Gênero em Novas Tecnologias da Informação e Comunicação).
SAFFIOTI, Heleieth. Conferência - O segundo sexo à luz das teorias feministas contemporâneas. In: (Org) MOTTA, Alda Britto de Motta. SARDENBERG, Cecília. GOMES, Márcia Um diálogo com Simone de Beauvoir e outras falas. FFCH/UFBA/Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher. 2000.
SAFFIOTI, Heleieth. O poder do macho. Editora Moderna. SP. 1987.
* Vera Vieira é Coordenadora-Executiva da Rede Mulher de Educação, é jornalista, com especialização em Gestão de Processos Comunicacionais e mestrado em Comunicação/Educação, pela USP/ECA.
Fonte: Vera Vieira
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