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A revista mais vendida do país - literalmente - segue firme na propagação da ignorância sob a forma da ideologia neoliberal. Desta vez, a Veja SP publicou matéria destinada a vender o mais novo produto da Microsoft e, de quebra, contar algumas mentiras sobre os programas não-proprietários, ou softwares livres.
VEJA São Paulo publica matéria pró-Microsoft
Bruno Zornitta, 06.09.2005
"O mundo da computação está alvoroçado". É nesse tom que a revista apresenta a nova sensação do momento; um tal de Windows Vista, sistema operacional "mais confiável e seguro", nas palavras da empresa. Para além da publicidade travestida de jornalismo, temos o concreto: o Windows nunca foi um sistema confiável e seguro. Haja vista o fato de que 95% de todos os ataques a computadores têm como alvo usuários dos sistemas operacionais Windows, dado fornecido pela própria revista.
Veja mente ao afirmar que o software livre não é gratuito. Esse "ponto de vista" (?) é sustentado sob o argumento de que os usuários pagam pela instalação e manutenção do programa. Paga se quiser, esqueceu de dizer. O software é dito livre porque aos seus usuários é permitido executar, copiar, distribuir, estudar, modificar e aperfeiçoar o programa. O Windows também precisa de instalação e manutenção, a questão é que o software livre é não-proprietário, pode ser copiado, simplesmente. Diferente do Windows, que você paga pelo direito de usar, a licença. Só o Banco Central gastou, em junho, RS$ 9,2 milhões com licenças para 36 meses de uso de softwares proprietários.
Por fim, Veja acusou os programas livres de incentivar a pirataria. "Se o usuário que foi obrigado a usar software livre não gostar, ele vai acabar comprando uma versão do Windows no camelô", diz Jorge Sukarie, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software, em depoimento à revista. Esse raciocínio é falso, pois a pirataria existe justamente por causa dos softwares proprietários. Eles são copiados ilegalmente para que pessoas possam ter acesso aos programas pagando menos, não é? Um software livre é fundamentalmente pirata, ao mesmo tempo não o sendo, pois é livre sua reprodução e distribuição.
Mas a característica dos softwares livres que deve realmente incomodar a Veja é a liberdade que o usuário tem de modificar e aperfeiçoar o programa. Característica que permite ao usuário criar algo diferente do que é dado e, em última instância, é fundamental para a soberania tecnológica do país.
Fonte: Fazendo Média
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