Baguete: Personalidades do cenário de TI comentam a renúncia de Amadeu

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“A renúncia frustra as expectativas da comunidade, jogamos todas as nossas fichas na gestão dele, e ele fez um grande trabalho. Amadeu conseguiu angariar apoio de empresários do setor privado, o que é muito importante para a causa do software livre (...) Além disso, ele teve sucesso com projetos de inclusão digital e na divulgação no cenário internacional das atividades do Brasil nesta área. Sob o ponto de vista de imagem, sua renúncia é um retrocesso para o país”, afirma Branco do PSL-Brasil

Depois de alguns dias de especulações nos meios de comunicação, o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação confirmou, na segunda-feira, 15, a saída de Sérgio Amadeu da presidência da entidade. A assessoria de imprensa do órgão informou que o pedido de demissão do executivo já foi entregue à ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, de cuja decisão depende a data exata da renúncia.

Ainda não há um substituto definido para o cargo. Segundo fontes do ITI, um dos nomes cotados é o de Renato Martini, atual diretor de Infra-Estrutura de Chaves Públicas do instituto. Enquanto a situação não se define, o Baguete colheu as opiniões de alguns ícones do setor de TI sobre o assunto.

Para Marcos Mazzoni, presidente da Companhia de Informática do Paraná (Celepar), a saída de Amadeu representa uma perda para a causa do software livre. “É muito ruim para o movimento de software livre, ele era uma das principais figuras representantes. Precisamos de alguém com esta postura, pois esta é uma política em fase de conquista, não há nada consolidado”, lamenta. Quanto às divergências do presidente demissionário com o Ministério do Planejamento, a respeito de pedidos de verbas não atendidos em totalidade, Mazzoni crê que o órgão cumpriu com sua função. “Ele [o ministério] lida com sistemas legados, e negociar a liberação de verbas é um processo natural. Não dá para desanimar com isso”, declara, destacando o trabalho de Rogério Santanna à frente da secretaria da entidade. Sobre o novo presidente do ITI, o representante da Celepar defende a nomeação de um profissional de dotado de conhecimento em certificação digital e, principalmente, de fluência em trânsito político.

Marcelo Branco, do projeto Software Livre Brasil, é da mesma opinião. Para ele, Amadeu fez um bom trabalho na liderança do ITI, baseado em traquejo político e postura forte, e seu substituto deverá ter o mesmo perfil. “A renúncia frustra as expectativas da comunidade, jogamos todas as nossas fichas na gestão dele, e ele fez um grande trabalho. Amadeu conseguiu angariar apoio de empresários do setor privado, o que é muito importante para a causa do software livre, que não pode sobreviver somente baseada em ações governamentais. Além disso, ele teve sucesso com projetos de inclusão social e na divulgação no cenário nacional das atividades do Brasil nesta área. Sob o ponto de vista de imagem, sua renúncia é um retrocesso para o país”, afirma.

Outro descontente com o pedido de demissão é Fábio Carpes da Costa, presidente do Centro de Informática e Atuação do Estado de Santa Catarina (Ciasc). Para ele, o fato é uma perda para área de software livre. “Fico extremamente chateado. Não trabalhei diretamente com Amadeu, mas acompanhei seu trabalho e acho que teve uma ótima atuação, principalmente no fortalecimento da luta pela implementação do software livre nas instituições brasileiras – que, para mim, é uma filosofia fundamental; não podemos fomentar somente o conhecimento estrangeiro, de quem desenvolve os softwares pagos que comumente utilizamos”, destaca. Costa não sugere nomes para a nova presidência do ITI, mas acredita que terá de ser alguém de presença muito marcante. “Quem assumir, terá um trabalho árduo; afinal, terá cerca de um ano e meio para dar seqüência ao belo trabalho de Amadeu”, diz.

Na sexta-feira, o Baguete noticiou a possível saída do presidente, ainda antes da confirmação, baseado em denúncias de funcionários do próprio ITI. Confira a matéria anterior no link relacionado abaixo.


Fonte: Baguete