Info Online: Bispo Gê fala sobre recuo do cerco ao P2P August 21, 2009, by Miguel Matiolla - No comments yetViewed 70 timesSÃO PAULO - O deputado federal Geraldo Tenuta Filho (DEM-SP), pediu, nesta semana, a retirada do seu projeto que visava proibir a troca de arquivos via P2P.
Em breve, o Projeto de Lei nº 5.361/2009, que, na sua descrição, cria penalidades civis para quem compartilha música na internet sem respeitar direitos autorais, deve ser anulado.
Bispo Gê, como é conhecido no meio evangélico, admite que, só depois de apresentar o projeto, percebeu que não havia a possibilidade de implantá-lo. Mas um novo plano deverá ser redigido pelo político, que afirma ter o intuito de proteger os direitos autorais de pequenos artistas.
Na nova empreitada, o deputado não quer envolver as redes P2P. Diz que quer se afastar da complexidade da internet e focar nos artistas que são prejudicados pela pirataria.
Confira, abaixo, a entrevista que o político concedeu ao INFO Online:
INFO Online: A que se deve o pedido de retirada do projeto?
BISPO GÊ: A ideia do projeto era proteger aqueles que fazem o conteúdo. Não as grandes empresas, grandes cineastas, nem nada. Mas aquele produtor que já tem dificuldade de produzir um primeiro disco, um segundo mais ainda. O Brasil já não valoriza tanto a cultura, imagina se é podada por meio da pirataria. Então tinha esse projeto, que foi feito inicialmente na França, e conversando com algumas pessoas achei que seria adequado. Mas depois do projeto, que me envolvi e conheci um pouco mais, vi a impossibilidade de implantá-lo.
INFO Online: Por quê?
BISPO GÊ: Não estamos falando de um provedor. Por exemplo, YouTube é um provedor. Se colocarem uma coisa sua, você vai lá e toma uma atitude. Mas é a rede, porque ao mesmo tempo, por exemplo, em que estou baixando conteúdo por meio do emulador, alguém já está pegando esse mesmo conteúdo e já está linkando, buscando. Me informei bem melhor e vi que não é simplesmente um provedor, mas é toda a rede que passa de um para outro pelo emulador. Então, vi a impossibilidade de conseguir diferenciar quem se aproveita da pirataria em benefício próprio, lucrando com isso, daquele que é um jovem que usa [a internet e o P2P] para ouvir, como era no passado, quando gravávamos da FM pela fita cassete.
INFO Online: No novo projeto, como você pretende diferenciar esses dois grupos: o que se beneficia monetariamente e o jovem que escuta para se entreter?
BISPO GÊ: Nós estamos fazendo uma boa análise para ver se entramos com um projeto que proteja mais o autor do conteúdo do que, propriamente, se envolver na internet. Quero beneficiar aqueles que me procuraram, que de certa forma, são vítimas da pirataria, e quero tentar ajudá-los de alguma outra forma, protegendo-os como autores.
INFO Online: Pela internet, você sofre muitas críticas, principalmente dos jovens que usam as redes P2P e baixam músicas pela internet. Não acha que isso possa prejudicar sua popularidade como político?
BISPO GÊ: Obviamente, nunca é bom. É claro que tenho preocupação com a imagem pública, aquilo que eles têm como impressão minha como deputado. Mas as pessoas que eu procurei proteger são pessoas tidas como heróis do meu meio gospel, da música gospel. No meio evangélico, não sou mal visto. Em termos de preocupação de votação, no meu meio sou muito bem visto, pois todos que se sentem prejudicados com a pirataria vêm me promovendo mais.
INFO Online: Você já baixou algum disco pela internet?
BISPO GÊ: Nunca. Nunca. E estou falando aqui como um bispo.
INFO Online: Nem pagando?
BISPO GÊ: Para você ver, tentei usar algumas vezes e não consegui. Tinha um custo de 99 centavos, mas não consegui.
INFO Online: E quanto ao compartilhamento de músicas por redes sociais, como o orkut, por exemplo, você visa alguma atitude no novo projeto?
BISPO GÊ: Não. Aí já entra em rede de relacionamento, não tem cabimento. É fora do projeto, não temos porque envolver alguém que não se beneficia financeiramente em cima dos outros.
INFO Online: Há uma data prevista de entrega para o novo projeto?
BISPO GÊ: Não. Queremos fazer algo bem estudado para que não prejudique nosso setor, a ideia como eu falei, é proteger os autores. Em quinze dias já teremos alguma resposta para podemos, de alguma outra forma, proteger os direitos autorais.
INFO Online: Pretende pedir auxílio a especialistas?
BISPO GÊ: Procurei algumas entidades de associação de autores para podemos fazer algo em conjunto.
INFO Online: Você tem conversado com gravadoras?
BISPO GÊ: Gravadoras, não. Tenho falado mais com o povo. Por exemplo, como tudo surgiu, com o DJ Alpiste. Eu caminhei com ele desde o início. Para se ter uma ideia, nós tínhamos um programa de rádio e ele trabalhava como DJ no começo. Depois conseguiu ser respeitado no meio gospel, só que ele é muito prejudicado pela pirataria. Ele me procurou e conversando com outros do meio notei esta problemática. Não é como muitos interpretam que estamos defendendo as grandes gravadoras. Nosso foco é o pequeno artista que pensa em se tornar grande, mas a pirataria, infelizmente, impede, inibe e rouba aquilo que é o futuro. Por isso que solicitei para que o projeto fosse desenvolvido, aí colocaram isso [que estaria favorecendo as gravadoras] e até sem eu ter tanto conhecimento como poderia do P2P. Depois, analisando bem, vi que é impraticável.
Fonte: Info Online
PSL-Brasil - Info Online: Bispo Gê fala sobre recuo do cerco ao P2P - Software Livre
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