Em debate sobre desenvolvimento social no Consegi, realizado ontem, 26, Luiz Dulci, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, destacou a necessidade de se utilizar a tecnologia para aproximar cidadão e Estado.

Para Dulci, atualmente o mundo vive uma crise do sistema democrático. Segundo ele, a crise da democracia é a da própria representação, com o desinteresse cada vez maior dos cidadãos pela criação e implementação de políticas públicas. "Uma apatia que independe de nível econômico ou educacional", esclareceu. Dulci afirmou que a solução desse problema passa por um modelo de participação que vai além das eleições e que um meio seria a implementação de processos de inclusão digital que podem vir a se tornar instrumentos de cidadania e colaboração cívica, de forma que o: "indivíduo se torne não só um receptor, mas um emissor de informações". Como exemplo, o ministro citou o Orçamento Participativo de Belo Horizonte, que funciona parcialmente pela Internet.

Tecnologia e participação
Segundo o ministro, o cidadão "só se sente responsável por aquilo que ajudou a criar". Pensando nisso, explicou Dulci, o governo federal tentou formar canais de comunicação convocando conferências temáticas, instalando conselhos de representantes da sociedade civil, mesas permanentes e ouvidorias em órgãos e entidades da administração pública direta e indireta. A ideia é utilizar meios tecnológicos e institucionais para promover a aproximação do indivíduo e o Estado. "O cidadão, sem sair de casa se insere em uma rede nacional, se comunica, reage a informações e faz valer a sua voz", destacou. Para Dulci, o desafio é vencer a cultura da fragmentação e do individualismo. Por isso, o debate sobre o software livre, "mais do que uma discussão tecnológica, é uma discussão ética".


Fonte: Serpro