Políticas públicas devem ser pensadas para garantir a independência tecnológica do Estado e melhores serviços ao cidadão.

O software no cenário das políticas públicas de desenvolvimento tecnológico e industrial foi tema de debate no início da tarde do dia 28 de agosto, no Consegi 2009. Participaram da atividade, o professor do departamento de ciência da computação da UnB, Pedro Rezende, o coordenador estratégico de tecnologia do Serpro, Gustavo Torres, e o gerente de inovações tecnológicas da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério do Planejamento.

Autonomia tecnológica

O professor Pedro Rezende acredita que se o Estado não tiver controle da forma como o acervo vai ser criado, armazenado e gerenciado a partir de uma compra de TI, perde-se a autonomia de acesso a esse acervo para o fornecedor. Já que este pode impor condições inatingíveis em concorrência futura ou mesmo deixar de existir, encerrando a prestação do serviço a um ente, agora, dependente.

Informação como bem público de conhecimento
De acordo com o coordenador estratégico de tecnologia do Serpro, Gustavo Torres, estabelecer uma política pública para o software deve ter como princípio o critério social na orientação e disciplina da sociedade em rede, cuja atual tendência é a da valorização do conhecimento exclusivamente pelo seu valor econômico.

Desenvolver esta política, que deve criar novas dinâmicas econômicas, de democracia e participação, é possível com um governo que se paute pelo modelo de administração baseado na construção de redes de colaboração, defende Torres. "É preciso pensar essa política em termos de edução, utilizando o software na construçõe de redes e na capacitação do trabalho", concluiu.

Política de Estado
“O Governo tem preferência por software livre e essa é uma prerrogativa que se pode ter”, afirmou Corinto Meffe, que defendeu a existência de uma política pública para o software, assim como existe para educação, saúde e outros temas.

Para ele, o desafio é fazer com que, cada vez mais, projetos sejam concebidos no modelo colaborativo e compartilhado. Isto acelera o desenvolvimento de soluções, ampliando o atendimento que o governo presta aos cidadãos. Segundo Meffe, o que diferencia um sistema são recursos empregados e uma possibilidade de evolução maior. Algo que deve ser garantido por uma política de Estado.


Fonte: Serpro