O navegador da Microsoft, o Internet Explorer, está perdendo cada vez mais espaço para navegadores gratuitos e com códigos abertos, como o Firefox, da Mozilla. É o que apontam os principais termômetros desse mercado. O StatConter.com, por exemplo, calcula que a queda mundial do Explorer de janeiro a junho deste ano foi de seis pontos percentuais. Já o Firefox cresceu três pontos percentuais, segundo o mesmo medidor.

Para Mozilla, Firefox ultrapassa Explorer no Brasil antes que mundialmente 
 

Em janeiro, o Explorer tinha 65,41% do mercado e cinco meses depois o número caiu para 59,49%, de acordo com o StatConter.com. Enquanto o navegador da Microsoft perdeu terreno, o browser da Mozilla avançou de 27,03% para 30,33% no mesmo período. O Safári aparece em terceiro, com 2,93% e o Chrome, do Google, com 2,82% dos usuários. No Brasil, o quadro foi semelhante no último ano, como mostra o gráfico abaixo.


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Cdocuments_and_settingsnalvesdesktopstatcounterglobal400Uma brincadeira que circula no Twitter ilustra muito bem como os internautas desejam se despedir definitivamente da versão do Internet Explorer 6. O site "Dear IE6" reúne mensagens dirigidas ao navegador. "Estou tão feliz que grandes sites não funcionarão no IE6!", diz o war10ck_ti. "Obrigada por tudo, mas, agora, você pode descansar em paz", deseja thiagoarantes.

Dois dos grandes sites mencionados por war10ck_ti são Digg e o YouTube, que podem deixar de funcionar na versões do Internet Explorer 6. O Google, proprietário do YouTube, estaria querendo incentivar o uso de seu próprio navegador, o Chrome. Também no âmbito legislativo, o terreno da Microsoft pode estar diminuindo. A Comissão Europeia estuda a possibilidade de obrigar a empresa a propor navegadores de internet alternativos ao Explorer no processo de instalação do Windows.

5411404_us_firefox_x_ie_120_120A tendência de trocar Microsoft por softwares livres por parte dos internautas pode alterar a liderança desse mercado em 2011. Pelo menos é o que espera a concorrente Mozilla. "Se o IE continuar caindo na mesma velocidade que vem caindo pelos últimos cinco anos, cairá para abaixo de 50% em algum momento em 2011. Até lá, o Firefox não terá mais usuários que o IE, mas a soma dos usuários de navegadores "modernos" excederia os do IE", acredita o diretor de Desenvolvimento de Comunidades da Mozilla, Aza Dozler.

Para o diretor da Mozilla, o Brasil se destaca entre os países que mais adotam o navegador. "Observamos uma adoção fenomenal, e mesmo sendo cuidadoso ao fazer previsões, eu acho que veremos o Firefox ultrapassando o IE no Brasil em breve. O Firefox certamente ultrapassará o IE no Brasil bem antes que globalmente", prevê.

Entenda a diferença

A principal diferença entre o Internet Explorer (IE), da Microsoft, e navegadores como Firefox, da Mozilla, e Chrome, do Google, é que o IE é um software proprietário, isto é, conta apenas com funcionários da empresa para sua criação. Já Firefox e Chrome são os chamados softwares livres. Isso significa que há uma comunidade envolvida no processo de produção, como explica o pesquisador de comunidades de software livre Murilo Machado. "Isso só é possível porque seus códigos, elementos-base da informação digital do software, são livres, abertos, públicos, podendo ser acessados, alterados e redistribuídos a qualquer momento", explica.

O custo também é uma diferença bastante relevante apontada por Machado, especialmente para grandes empresas, em que o número de computadores é maior e, consequentemente, o custo das licenças. "Já os usuários domésticos, em geral, não vêem problema em usar uma cópia que não seja original", constata.

Outro fato importante apontado pelo pesquisador é que o Explorer vem instalado por padrão no Windows. "Muitos usuários nem sequer sabem da existência de outros browsers", alerta. "Muitos se acostumam com o navegador da Microsoft e continuam com ele".

Murilo Machado explica, ainda, que há um grupo de usuário que opta pelo software livre pelos aspectos sociais. "São as pessoas que, em muitos casos, estão envolvidas com projetos de inclusão digital em comunidades carentes. Frequentemente, eles associam a inclusão social à inclusão digital - algo difícil de se fazer usando software proprietário. Por fim, vêem no software livre um instrumento carregado de uma ideologia capaz de mobilizar pessoas e comunidades", diz.

 Fonte: Último Segundo