1 de Julho de 2009 - 13h59 - Última modificação em 2 de Julho de 2009 - 11h23
Jobim defende que comunidades quilombolas de Alcântara sejam transferidas
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu hoje (1º) a ampliação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) em direção às áreas destinadas a comunidades quilombolas. Segundo ele, Alcântara está seriamente vinculado à estratégia de defesa nacional. As declarações do ministro foram feitas durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.
“Esta é uma questão internacional e não podemos ser ingênuos. Há outros países interessados em não deixar que o Brasil seja incluído no fechado círculo dos países lançadores de foguetes”, disse o ministro. “Como está, o CLA terá apenas três bases de lançamento. Mas se nossa proposta prevalecer, poderemos aumentar esse número para 15”, completou.
A base de Alcântara, destacou Jobim, tem uma série de vantagens em relação aos principais centros mundiais de lançamento. “É o mais amplo cone de lançamento do planeta. Não há, no mundo, nenhum centro de lançamento com tamanho ângulo de abrangência, e isso implicará, para o país, um baixíssimo custo para lançamento de foguetes.”
O minsitro lembrou que a área destinada ao CLA era, em 1983, de 62 mil hectares e que, desde 1991, após a apresentação de um relatório antropológico sobre a comunidade quilombola da região, essa área baixou para 8.713 hectares.
“Vamos propor que o CLA aumente em 11.287 hectares, e que os dois mil habitantes da região sejam transferidos para uma área próxima, de 66.713 hectares, onde já existem 1,8 mil habitantes quilombolas. Essa é a proposta que tenho defendido com o presidente Lula”, disse. “Não podemos perder essa expansão [para 15 bases de lançamento]”, enfatizou.
Para convencer os senadores de que a mudança resultará em benefícios para as comunidades, o ministro apresentou algumas estruturas de assentamento já destinadas a outros quilombolas.
“É uma questão de responsabilidade. O que foi feito pelas Forças Armadas para essas comunidades resultou em melhoria de suas condições de vida. A questão, então, é saber qual é o custo/benefício. Podemos ter 15 bases no melhor ponto do mundo para lançamento de foguetes”, afirmou.
Edição: João Carlos Rodrigues
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