27 de Julho de 2009 - 14h50 - Última modificação em 27 de Julho de 2009 - 16h01
Criação de software livre deve ser regra, e não exceção na Dataprev, diz presidente da empresa
Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) discute hoje (27) o desenvolvimento de softwares livres, prática que adotou há cerca de dez anos e que possibilita inclusive a certificação digital do envio de dados. Segundo o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, a criação de softwares livres "deve ser a regra, e não a exceção, na empresa e um processo regular de desenvolvimento na rotina de trabalho".
Ao participar da abertura do 5º Fórum de Tecnologia, Informação e Comunicação, o gerente da Unidade de Desenvolvimento de Software da Dataprev, Érico José Ferreira, disse que o desenvolvimento de softwares livres está sendo feito com o engajamento de várias unidades estaduais da empresa.
Ferreira destacou que o sistema de código aberto usado atualmente permite, dentre outros serviços, o acompanhamento do tempo de atendimento nas agências da Previdência Social. E, na área do ensino a distância, o uso de uma ferramenta livre possibilitou a capacitação de 32 mil servidores nos últimos dois anos. Para ele, os cursos online trouxeram economia, flexibilidade e rapidez, com impacto direto na vida das pessoas.
A Dataprev é responsável também pelo desenvolvimento do Sistema de Acordos Internacionais de Seguridade Social, usada pelo Mercosul para transmissão de dados previdenciários de trabalhadores migrantes de países do bloco. Ferreira informou que estão sendo desenvolvidos também projetos como o da TV Digital Social, que deverá disponibilizar recursos audiovisuais e interativos do setor público na TV aberta.
O Cadastro Nacional de Informações Sociais, que também foi produzido pela Dataprev, reúne 190 milhões de registros de informações cadastrais dos contribuintes da Previdência Social e de empregadores, desde 1976
De acordo com publicação distribuída durante o fórum, a Previdência Social convive eventualmente com falhas de grande vulto nas redes das operadoras que trabalham com o sistema. Para o gerente do Departamento de Redes de Telecomunicações da Dataprev, Luís Antônio Najan o serviço que as operadoras oferecem é precário. Najan critica o fato de elas não darem explicações convincentes sobre as interrupções na comunicação.
Para ele, as operadoras deveriam investir em infraestrutura, mas isso parece não interessar a elas, porque não se importam em pagar multas pelas falhas, uma vez que têm seguro para cobri-las. Najan, que é especialista em redes de comunicações, lembrou que o maior problema de interrupção ocorreu em julho de 2008 com a rede da Telefônica no estado de São Paulo. Durante dois dias e meio, 199 agências ficaram fora do ar.
No entanto, ele ressalta que os problemas são mais sérios na Região Norte. Najan citou a falha ocorrida na rede da Telecom, outra operadora que presta serviços à Previdência, em abril do ano passado: agências dos estados do Acre, de Mato Grosso e Roraima ficaram paradas durante uma hora.
De acordo com Najan, outra consequência das falhas nas redes, de comunicações é que cessam os atendimentos, as perícias médicas e outros serviços prestados pelas agências, com problemas sérios para os usuários.
Edição: Nádia Franco
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