Sexta-feira, 31/10/2008 - 11:30 - Por Fabiano PereiraChineses: usem Linux!
Seções relacionadas:A Microsoft resolveu "pegar pesado" contra a pirataria generalizada que acontece com seus softwares na China de uma forma bem típica da empresa: cada máquina identificada com software pirata é premiada com uma assustadora tela negra, que bloqueia o funcionamento do computador, sem nenhuma cerimônia.
O maior hacker da China
O furioso advogado Dong Zhengwei, de Pequim, definiu, assim, a Microsoft. A revolta com a empresa é ampla e generalizada, a questão da invasão das máquinas (somente assim seria possível saber sobre a originalidade dos softwares) é a que causa o maior furor. Até que ponto, em nome da preservação dos direitos de propriedade intelectual, é lícito tomar uma providência tão invasiva assim?
Se a pirataria é um problema complexo, enfrentado por boa parte das empresas "tradicionais" de software, com certeza a solução também deve ser inteligente e pensada, com coerência e sabedoria (talvez, quem sabe, a Microsoft possa aprender um pouco da milenar sabedoria chinesa). De nada adianta bloquear ou assustar usuários com uma tela negra (se bem que todos os usuários, mesmo os que pagam pelas licenças, se deparam, milhares de vezes, com a tela azul da morte, consequência da inconsistência do sistema operacional), numa clara demonstração de arrogância e poder de manipulação.
Estratégias inteligentes versus harakiri
A estratégia adotada pela empresa para combater a pirataria me remeteu ao famoso ritual harakiri, porém, sem nenhuma grande honra para defender, a não ser os próprios rendimentos da Microsoft.
A pergunta que surge é: o que fazer?
Num contexto desfavorável, resultante de uma grande cultura de pirataria (basta andar pelas populares ruas de comércio ambulante em São Paulo e outros para ver diversas amostras de materiais "genéricos", entre programas, filmes, cds e dvds), talvez uma empresa deva se munir de estratégias inteligentes e localizadas no país relacionado para minimizar as possibilidades, ou, até mesmo, lidar, de forma economicamente favorável e viável, com o problema em questão.Certamente, com a atitude invasiva tomada, a empresa, no mínimo, irá amargar uma grande antipatia por parte da população local, isso sem contar que a chance de alguém comprar o software original por meio de tal estratégia é realmente nula.
Acredito que o mercado chinês é promissor (devido, principalmente, ao grande número de habitantes), porém possui características bem peculiares. É realmente curioso que o fato da pirataria não tenha sido considerado pela gigante do software proprietário, que não tomou nenhuma providência prévia a respeito.
Usem Linux!
Não sei qual o grau de penetração que distribuições e softwares linux possuem na china. Porém o momento atual pode ser apropriado para um grande crescimento de tais soluções, pelos motivos que todos conhecemos bem. Além de ser bastante estável, o software livre e socialmente justo, por definição.
Apesar de todo o boom econômico ocorrido na china nos últimos anos, não podemos nos esquecer de que trata-se de uma nação extremamente desigual, com uma pobreza vexatória contrastando, radicalmente, com as altas cifras de uns poucos privilegiados, consequência direta do socialismo de araque praticado por lá.
Sendo assim, por uma questão de possibilidades econômicas restritas, o povo chinês pode recorrer às soluções em software livre, livrando-se das pesadas licenças de software.Conclusões
Saber que a Microsoft possui tamanho poder de invasão em máquinas que rodam seus sistemas operacionais é realmente aterrador não só para o povo chinês, mas também para todas as nações utilizadoras de seus produtos. Mais uma vez, assistimos ao deprimente espetáculo da falta de respeito pela privacidade digital das pessoas, justificado exageradamente por uma questão de propriedade intelectual.
Apesar de a empresa ter todo o direito em receber o valor cobrado por suas soluções, é realmente triste que tal estratégia tenha sido adequada. A julgar pelo elevado lugar ocupado pelo Brasil no ranking da pirataria, é provável que, em breve, milhares de brasileiros sejam apresentados à tal tela negra. E que se dane a privacidade.
iMasters - Chineses: usem Linux! - Software Livre
terça-feira, julho 21, 2009
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