15 de Setembro de 2009 - 05h33 - Última modificação em 15 de Setembro de 2009 - 08h01
Meteorologistas querem ampliar acesso a informações sobre tempestades
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Meteorologistas apostam na utilização de um software livre de análise de dados de radares para ampliar o acesso a informações sobre chuvas e facilitar a previsão de tempestades severas, como as que atingiram Santa Catarina na última semana. Conhecido com Titan, o programa permite a identificação de tempestades e informações sobre seu deslocamento.
Especialistas brasileiros e estrangeiros estão reunidos em Belém (PA) para aperfeiçoar os conhecimentos sobre a ferramenta e ensinar representantes de universidades e centros de pesquisa de todo o país a utilizar o sistema.
“A ideia é socializar os dados dos radares meteorológicos, que permitem previsão de curto prazo e com mais precisão que os satélites”, afirma a coordenadora operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) em Belém, Jaci Saraiva.
O Sipam tem 11 radares meteorológicos que cobrem toda a Amazônia e fornecem dados específicos para a região. Antes do software livre, a análise dos dados era feita somente por meio de um programa pago, com licenças de R$ 150 mil, segundo Jaci Saraiva.
“Não adianta disponibilizar o dado e as pessoas não terem acesso a ele. Com mais acesso, aumenta a massa crítica e a compreensão sobre monitoramento e previsão de curto prazo”, explica a coordenadora.
De acordo com a pesquisadora Ana Maria Held, diretora do Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a previsão imediata permite conhecer a rota de uma tempestade com até duas horas de antecedência, um “tempo precioso” para profissionais de defesa civil, na opinião da especialista.
“O radar monitora o tempo presente, é possível ver exatamente se está chovendo e onde está chovendo, ter ideia do deslocamento das tempestades severas e que regiões elas irão atingir”, acrescenta.
Com a ampliação dos usuários do software Titan, a expectativa é de que mais grupos no país tenham acesso aos dados e aumentem a rede de alertas para evitar prejuízos causados por tempestades. “São informações de extrema valia, de muito benefício para a sociedade”, diz Ana Maria Held.
O encontro de meteorologistas em Belém começa hoje (15) e vai até sexta-feira (18).
Edição: Graça Adjuto
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