sexta-feira, setembro 11, 2009

Agência Brasil - Chefe de gabinete da ANP defende política industrial para exploração da camada pré-sal - Tecnologias

 
10 de Setembro de 2009 - 17h38 - Última modificação em 10 de Setembro de 2009 - 18h03


Chefe de gabinete da ANP defende política industrial para exploração da camada pré-sal

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

 
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Rio de Janeiro - A implantação de uma política industrial para a exploração do petróleo da camada pré-sal foi defendida hoje (10) pelo chefe de gabinete da presidência da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Luís Eduardo Duque Dutra. “Com a discussão no Congresso, nós estamos inaugurando uma nova era, um novo tempo, onde o Brasil certamente será um grande produtor de petróleo, o que trará um impacto certeiro para a indústria brasileira, se houver política industrial”, afirmou.

Duque Dutra disse, em entrevista à Agência Brasil, que a perspectiva é favorável com a entrega das propostas do novo modelo regulatório para o pré-sal. Ele assegurou que entre os países emergentes, o Brasil é o mais bem preparado, no que se refere à indústria nacional, para responder à demanda por serviços e produtos que o petróleo exigirá para ser desenvolvido no país. Ressaltou, entretanto, que “sem política industrial, o aproveitamento do impacto que as reservas trariam será reduzido. Ou seja, é preciso política industrial”, disse.

Entre as iniciativas que já deram certo em outros países e que devem ser adotadas pelo Brasil para o desenvolvimento do pré-sal, Dutra destacou uma política de conteúdo local, de financiamento para o setor, de recursos humanos voltada para óleo e gás, além de uma regulação econômica cada vez mais qualificada.

O chefe de gabinete da presidência da ANP também defendeu a mudança do modelo vigente até então no país de concessão para um sistema de partilha de produção, porque as condições hoje são diferentes das que havia no Brasil no passado recente. As reservas garantidas do pré-sal atingem cerca de 12 bilhões de barris. “É um novo padrão. E seria irresponsabilidade manter o modelo de concessão que havia”, afirmou.

Duque Dutra disse ser fundamental mudar o modelo a fim de que o sistema de partilha para o Estado seja muito maior. “Não é uma questão de estatizar. De maneira nenhuma”, acrescentando que a Petrobras não tem capacidade de, sozinha, explorar o pré-sal e terá que fazer parcerias com outras empresas, garantindo, porém, uma participação de, pelo menos, 30%.

Ele também ressaltou que para as empresas de tecnologia da informação (TI), a exploração de petróleo na camada pré-sal abre um número infinito de oportunidades, principalmente na parte de processamento geofísico.

Duque Dutra esclareceu que mesmo representando 3% das despesas de exploração e desenvolvimento de um campo de petróleo, a geofísica “é estratégica”. Para ele, a perspectiva dentro e fora do pré-sal é de que “a indústria do petróleo tem tudo para empurrar o país [para frente]”. Informou que um poço no pré-sal custa em torno de US$ 60 milhões.

Segundo o chefe de gabinete da presidência da ANP, a Petrobras apresenta atualmente a melhor média de acerto de poços furados do mundo. Enquanto as melhores companhias internacionais do setor acertam um poço de cada sete furados, na estatal brasileira a média é de um acerto para cada quatro poços abertos. “No pré-sal, a Petrobras furou poços e achou petróleo em todos”, disse, atribuindo o êxito a uma questão de geofísica e de processamento.

Duque Dutra participou do painel Oportunidades no Mercado Mundial de Petróleo e Gás, no Rio Info - 7º Encontro Nacional de Tecnologia e Negócios, promovido pelo Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro (Seprorj).












Edição: Aécio Amado  


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