A pesquisa realizada sobre as TIC pelo Núcleo de Informação e Coordenação NIC, braço executivo do Comite Gestor da Internet no Brasil (CGI.BR) foi apresentada hoje (23) pela manhã no espaço do Software Livre durante a Campus Party 2009.O principal impedimento para os indivíduos que nunca usaram a Internet até 2007 foi a falta de habilidade com o computador ou com a Internet (55%). Os outros motivos são a falta de necessidade ou interesse (39%) e a falta de condições de pagar o acesso (31%). Esse resultado indica que as barreiras para o uso da Internet no Brasil estão mais relacionadas à educação e à capacitação do indivíduo do que ao custo do equipamento. Ambos fatores são barreiras sócio-econômicas, já que são as populações de baixa renda as que têm menor acesso à educação no país.

Em 2007, pela primeira vez mais da metade da população brasileira com mais de 10 anos (53%) informou já ter usado um computador. Em 2006 esse percentual era de 46%. Entretanto, apenas 40% dos entrevistados são considerados usuários de computador, ou seja, utilizaram o equipamento no período de três meses anterior à pesquisa, um crescimento de expressivos 7 pontos percentuais em relação a 2006. Em outras palavras, mais brasileiros estão usando o computador com mais freqüência.

Grau de instruçãoO uso do computador está relacionado principalmente ao grau de instrução, à faixa etária e à renda familiar do domicílio. Quanto maior o grau de instrução, maior a proporção de indivíduos usuários de computador. Entre os que completaram até a educação infantil, a proporção dos usuários de computador é de 11%. Já entre aqueles que têm nível superior, 82% declaram ter usado o equipamento pelo menos uma vez nos últimos três meses.

Faixa etáriaCom a faixa etária, a proporção é inversa: quanto mais elevada a idade, menor a proporção de pessoas que já tiveram contato com o computador. Aproximadamente 65% dos jovens entre 16 e 24 anos são usuários. Este percentual cai gradativamente nas faixas etárias mais altas, ficando em 4% entre os que têm acima de 60 anos.

RendaA renda também é fator determinante: os usuários se concentram nas famílias com renda superior a 5 salários mínimos (74%). Percebe-se, entretanto, que em relação aos anos anteriores, a penetração do uso do computador entre famílias com faixas de renda intermediária vem se acentuando (44% nas famílias com renda entre 2 e 3 SM, e 58% nas famílias com 3 a 5 SM).

Atividades na internetEntre as principais atividades desenvolvidas na Internet em 20076 destacaram-se as ações relacionadas à comunicação, lazer e busca de informações online, que foram realizadas por quase 90% dos internautas brasileiros. No que diz respeito às atividades relacionadas à comunicação, a Internet foi usada principalmente na troca de e-mails (78%), na participação em sites de relacionamento como o Orkut (64%) e no envio de mensagens instantâneas (55%). A principal atividade de lazer realizada pelos internautas brasileiros é ler jornais e revistas (47%), seguida por “jogar ou fazer download de jogos” (43%) e “assistir filmes ou vídeos” utilizando sites como o You Tube (43%).

Local de acesso O ano de 2007 foi definitivo para impulsionar o crescimento do uso da Internet em centros públicos de acesso pago (lanhouses, Internet cafés, etc.), que se transformou no local predominante para o acesso à Internet no Brasil, com 49% das menções. Isso significa que metade dos usuários brasileiros navega pela rede de um desses locais. O uso da Internet nestes centros cresceu 19 pontos percentuais com relação ao ano passado, um aumento muito significativo, o que mostra o grande potencial da iniciativa privada para combater o problema da exclusão digital no país.

Historicamente, o principal local de acesso à rede sempre foi o domicílio. Entretanto, desde 2005 pode-se notar que a proporção de usuários que acessam a Internet de casa está praticamente inalterada, em 40%, deixando o domicílio em segundo lugar como opção de local de acesso em 2007. O percentual da população acessando a rede do trabalho e da escola também permanece praticamente inalterado, em 24% e 15%, respectivamente. O acesso à Internet em centros públicos de acesso gratuito, como telecentros, ainda é modesto, mas duplicou no último ano, passando de 3% para 6% em 2007.

O acesso da Internet no próprio domicílio aumenta com a faixa etária, renda familiar, grau de instrução e classe social. Já o uso da rede em centros públicos de acesso pago, como Internet cafés, está inversamente relacionado com a faixa etária, renda familiar e classe social. Em outras palavras, o acesso em Internet cafés e lanhouses é mais popular entre os mais jovens e de renda mais baixa.

A pesquisa contou com uma amostra de 17 mil usuários, com mais de 10 anos em todo território nacional e foi distribuída no CD-Rom do CGI.Br e Nic.Br distribuído no evento.