Zero Hora: Software livre é negócio promissorViewed 58 timesFórum que chega à 10ª edição na Capital discute um segmento que já movimenta mais de US$ 100 milhões por ano no país
Por: Vanessa Nunes vanessa.nunes@zerohora.com.br
Você pode até não pagar nada para usá-lo no seu computador, mas software livre não é de graça. Pelo contrário, é um mercado lucrativo. No Brasil, em 2008, movimentou US$ 106 milhões, aponta um estudo da consultoria E-Consulting. continua
– Hoje, o conhecimento não está mais concentrado, fica distribuído nas redes. Ninguém vai ganhar dinheiro com o código-fonte (como se fosse a receita de como é feito o software) e a cópia, mas na sua implementação, na possibilidade de customizar, dar treinamento na área. Esse é o modelo de negócios – explica Marcelo Branco, coordenador-geral da Associação Software Livre (ASL).
Serviço O que: 10º Fórum Internacional Software Livre Quando: 24 a 27 deste mês, quarta a sábado Onde: as palestras serão realizadas no Centro de Eventos da PUCRS (Avenida Ipiranga, 6.681, em Porto Alegre), das 9h às 18h (até as 21h no último dia). A programação também inclui eventos noturnos espalhados pela cidade. Informações: www.fisl.org.br O QUE É > Software livre não é o mesmo que software gratuito. São programas de computador que podem ser usados, copiados e distribuídos livremente. Qualquer um pode acessar o código-fonte (como se fosse a sua receita) e até modificá-lo. > Em um software proprietário, como o Windows, o código-fonte é secreto, e copiar o programa é considerado pirataria. ALGUNS DESTAQUES DO EVENTO: > Mais de 300 atividades. > Festival de robótica, arena de programação, mostra de soluções de empresas. > Entre os palestrantes internacionais, destaque para Peter Sunde, cofundador do Pirate Bay, serviço de buscas condenado na Suécia por infração de direitos autorais. Participa ainda o fundador do movimento de software livre nos anos 80, Richard Stallman.
Quem desenvolve, utiliza ou só se interessa mesmo por esses programas de código aberto tem um ponto de encontro anual em Porto Alegre. De quarta a sábado desta semana, ocorre o 10º Fórum Internacional Software (Fisl), organizado pela ASL. O evento é vitrina para empresas como a gaúcha Propus, dos sócios Carlos Eurico do Canto, 51 anos, Pablo Lorenzzoni, 29, e Marlon Dutra, 28, que se conheceram no movimento gaúcho de software livre. Eles prestam serviços de infraestrutura de TI, por exemplo, na implementação de servidores.
– Mesmo no software proprietário, o que movimenta a roda são os serviços, a mão-de-obra, não o custo da licença. Na cadeia, o custo com software livre é menor, porque tu reaproveitas muita coisa, podes partir de algo já pronto e customizar para o cliente – esclarece Dutra.
A empresa faturou R$ 1 milhão em serviços no ano passado. Três quartos com clientes de fora do Estado.
– Temos negócios que começaram no Fisl – acrescenta.
Com o uso de programas de código aberto, o governo federal brasileiro economizou R$ 370 milhões do início de 2008 a março deste ano.
– Há mais de 5 mil telecentros no Brasil, imagina quanto custaria se tudo isso fosse feito com software proprietário? – argumenta Marcos Mazoni, diretor-presidente do Serpro e coordenador do Comitê de Implementação de Software Livre no governo federal.
Para fomentar novos negócios na área no país, o Serpro trará para o Fisl a sua plataforma de desenvolvimento Demoiselle.
– Trabalhamos com a demanda governamental, mas podemos impulsionar empreendedores no uso de soluções livres para atender a iniciativa privada – afirma Mazoni.
O fórum também movimenta a economia porto-alegrense. Dos mais de 6,3 mil inscritos até agora, 85% são de fora da cidade.
– É daqueles eventos de encher os hotéis – comemora o presidente do sindicato do setor, Daniel Antoniolli.
Estimativa da Embratur aponta que o turista de eventos gasta, em média, US$ 150 por dia.
– Essa distribuição fica na hotelaria, na gastronomia, se pulveriza pela cidade, em transporte, atividades culturais. Compras são itens que também aparecem – afirma a coordenadora de planejamento da Secretaria do Turismo de Porto Alegre, Maria Helena Müller.
A expectativa dos organizadores do evento é de que o encontro injete até R$ 5 milhões na economia de Porto Alegre. Sem contar que o Fisl também é conhecido pelas oportunidades de vagas de trabalho:
– Os olheiros das grandes empresas estão vindo buscar talentos. Não só empregar pessoas, mas em busca de projetos de tecnologia em que possam investir – avisa Branco.PSL-Brasil - Zero Hora: Software livre é negócio promissor - Software Livre
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