Idéia: sacudir cadeiras, dando a volta olímpica no Centro de Exposições Imigrantes, com uma galera enorme - calculei mentalmente e meio na dúvida ao menos 100 pessoas - com quem você está acampando por 7 dias em meio a computadores. Que tal? Tenho certeza que você pensou: "Hã?". Pois é. Foi exatamente isso que aconteceu, por cerca de 20 minutos ininterruptos, na Campus Party Brasil, por volta de 00:30 do início deste sábado (24/01).

Some a tudo isso gritos revezando entre "eeeeeeeeeeeeeee", "uuuuuhhhhh" e "uh uh uh". Mais alguns "ho ho ho" e está armada a balada!

Sobe na cadeira, arma a roda, grita "Red Bull, Red Bull" e depois "música, música".

O manifesto está armado. A razão, aparentemente nenhuma. As cadeiras, muitas, escandalosamente batendo no chão ou metidas, ostentadas no alto.

Fim de festa, pediu o Diretor de Comunicação e Marketing, Beto Andrade, pelo microfone (claro, como ser ouvido ali?), no palco. "Tem um hospital aqui perto, nós já passamos do limite de horário para barulho", disse.

"EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE", responderam os campuseiros.

Ok, Beto avisou que a Campus Party poderia ser interditada e a galera pareceu começar a tentar entender. O diretor, inclusive, parece ter sacado a manifestação como um protesto para a música continuar no Sarau Digital. Acho que a intenção dele foi boa, mas a melhor desculpa não é a bagunça? Todos reunidos filmando e tirando fotos? Sorrisos sem razão no rosto? Boas justificativas.

Minha opinião: penso que eles queriam apenas dizer "É isso mesmoooooooooo. Estamos com frio e precisamos fazer algo a respeitoooooooooo". Espero que você filosofe a respeito também.

Mas então. O manifesto parou e voltou algumas poucas vezes, 10 minutos depois, com algumas rebeldias e barulho reativado.

Daí, o silêncio. Alguns campuseiros continuaram, murmurando "sssssshhhhhhhh" e, depois de correr metade do pavilhão no movimento da "dança do siri", irem parar no palco em uma roda minúscula arriscando a "dança do quadrado".

Fim de balada. Ao menos para esta repórter.