Campus Party discute o papel das lan houses na inclusão socialJune 3, 2009, by PSL-Brasil - No comments yetViewed 13 timesUma das palestras do Encontro de Lan Houses foi apresentada por Nelson Fujimoto, assessor especial do Gabinete Pessoal do Presidente da República;Assuntos como a ilegalidade dos estabelecimentos e a mudança de perfil do uso da internet também foram abordados. O amazonense João Orismar de Azevedo veio de Manaus para São Paulo para participar do Encontro de Lan Houses, que aconteceu nessa sexta-feira, dia 23, na área de Inclusão Social da Campus Party Brasil 2009. João e mais 65 proprietários de lan houses trocaram experiências e ouviram as palestras de Nelson Fujimoto, assessor especial do Gabinete Pessoal do Presidente da República do Gabinete da Presidência da República, e Luiz Fernando Marrey Moncau, advogado e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro.
Um dos assuntos mais discutidos pelos participantes durante o encontro foi a grande explosão do número de lan houses e cyber cafés, a legislação para esse tipo de empreendimento e a necessidade de reconhecimento, tanto por parte do governo quanto por parte da população, do grande poder de inclusão digital e cultural que as lans estão assumindo.
A lan house é uma importante e fundamental ferramenta para acesso à cultura e está revolucionando a inclusão e alfabetização digital, comentou Moncau. Para Fujimoto, a lan house tem a capacidade de ampliar as possibilidades de inclusão digital. Precisamos trabalhar esse aspecto de entretenimento e difusão cultural.
Pesquisa: as lan houses em números
Para confirmar e ressaltar ainda mais o grande poder de inclusão digital que esses centros de acesso têm, Moncau, pesquisador representante da Fundação Getúlio Vargas, adiantou alguns dados de uma pesquisa ainda em andamento que procura entender o fenômeno das lans. Em 2007, o acesso à internet a partir de lan houses ultrapassou o acesso doméstico: 49% contra 40% (Fonte: CGI Comitê Gestor de Internet no Brasil).
Ainda segundo dados levantados pelo mesmo estudo, há mais lan houses (90 mil) do que livrarias (2.676) ou salas de cinema (2.300) no País. Entre elas, 100 estão na Favela da Rocinha, 30 na Cidade de Deus e 150 no Conjunto de Favelas da Maré, todas no Rio de Janeiro.
Moncau apresentou também alguns dispositivos da legislação de alguns municípios brasileiros, caso do Rio de Janeiro e de São Paulo, que dificultam o trabalho dos empreendedores da área. Fato confirmado com outro importante dado: 83% das lan houses brasileiras funcionam na informalidade. As leis precisam tratar as lans a partir do seu potencial inclusivo e benéfico. A formalização desses estabelecimentos pode gerar uma onda de formalização para outros negócios e os custos da formalidade podem ser menores que os da informalidade, concluiu.
Depois de uma hora ouvindo atentamente aos palestrantes e colegas, João Orismar acredita que a viagem até São Paulo valeu a pena. Um encontro como esse é importante para a conscientização do governo e das pessoas. Somos criminalizados e colocados como culpados pela evasão escolar, por exemplo. Nunca veem nosso papel inclusor, concluiu.
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