Recentemente, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Buenos Aires o ministro de Comunicações, Hélio Costa, reconheceu que o governo brasileiro está conversando com os países da região para que o sistema de TV digital seja o mesmo, neste caso, o japonês.Pela segunda vez, nos últimos meses, o representante da Comissão Europeia encarregado da TV digital, o francês Christophe Forax, se reuniu com os funcionários argentinos do Ministério de Relações Exteriores e da Comissão Nacional de Comunicações para melhorar sua oferta: fundos de € 2,8 bilhões para a América Latina para "a transição de equipamentos de transmissão para passar do sistema analógico para o DigitilVideo Broadcasting (DVB)", segundo informou a Comissão da UE na Argentina.

Forax também destacou o "menor custo dos decodificadores europeus, entre U$S 50 a U$S 60, ante o custo de US$ 138 do japonês". A UE oferece à Argentina ainda fabricar no país os produtos do sistema, o que geraria mais postos de trabalho. Forax viajou hoje para o Uruguai, país que já optou pelo sistema europeu, mas antes aumentou a pressão sobre a Argentina. "Os fundos são para a região e o primeiro que chegar será o primeiro que terá acesso". Forax também desqualificou o sistema usado no Brasil ao dizer que o Ginga "não tem futuro".

O governo brasileiro quer que pelo menos os países sócios do Mercosul adotem o mesmo sistema de TV digital. Representantes do Ministério de Comunicações e do Itamaraty vêm fazendo uma campanha na região para que os vizinhos escolham o sistema brasileiro. Até o momento, somente o Peru optou pelo sistema baseado na tecnologia nipo-brasileira. Colômbia, Uruguai, Panamá e Guiana Francesa decidiram pelo padrão europeu. Já El Salvador, México e Canadá decidiram adotar a tecnologia americana. Segundo Hélio Costa, o Brasil está conversando sobre o assunto com a Argentina, Venezuela, Equador, Chile e Cuba.