A 10ª edição do Fórum Internacional do Software Livre (fisl10) pode ser a última em solo gaúcho. O evento, nascido em Porto Alegre, tem sido assediado pelo governo paranaense, que no mês passado ofereceu dois locais gratuitos para a realização em Foz do Iguaçu ou Curitiba. Roberto Requião vem a Porto Alegre para levar o fisl – enfatizou Marcelo Branco, coordenador do evento em 2009, que se realiza de 24 a 27 de junho, no centro de eventos da PUCRS.

Segundo Marcelo, o governador paranaense estaria disposto a bancar o evento – que neste ano tem um custo estimado em R$ 1,4 milhões – oferecendo estrutura de local gratuitamente para as palestras e demais atividades do fisl.

Em Porto Alegre, a Associação Software Livre (ASL), que promove o encontro, paga pelo local utilizado, contando com uma participação de permuta para servidores dos governos estadual e municipal, mas aporte de dinheiro pelo governo.

– Nós gostaríamos que prefeitura e governo do Estado ajudassem mais. Nós queremos, mas é difícil continuar em Porto Alegre – disse Branco.

No Paraná, o evento não teria limitações como horário para palestras – na PUC não podem ser realizadas apresentações no turno da noite – e estaria mais próximo do centro do país, facilitando a busca por novos patrocinadores.

Além disso, em Foz do Iguaçu o centro de eventos conta com estrutura de hotelaria, o que facilitaria a rotina dos participantes.

O namoro com o governo paranaense é antigo, e ficou claro no ano passado, quando o governador Roberto Requião foi ovacionado na cerimônia de abertura oficial do evento. A governadora Yeda Crusius não compareceu, e o vice-governador, Paulo Afonso Feijó, acabou alfinetando Requião, um gesto mal visto pelo público.

Na ocasião,clicRBS entrou em contato com um representante paranaense para saber da possibilidade de uma oferta oficial de mudança. Na época, a resposta era não, mas não deixava aporta totalmente fechada.

– Se nos procurarem nós conversamos – declarou Cláudio Dutra, responsável pela presença paranaense no fisl, em 2008. Agora, a ASL nem precisou levantar o assunto.

Nesta semana, Branco reuniu-se com o prefeito José Fogaça para discutir a permanência do evento na Capital. O prefeito disse que não abre mão do fisl.

O fisl espera receber mais de 8 mil pessoas durante seus quatro dias de realização. O cálculo da organização é de um giro total de R$ 5 milhões na economia da cidade, entre hotéis e restaurantes, durante o evento, sem incluir negócios firmados no evento.