Depois de conquistar parte dos países vizinhos, uma missão brasileira apresenta nesta segunda-feira, 30/11, em Maputo, capital de Moçambique, o sistema nipobrasileiro de TV Digital. Além dos países africanos de língua portuguesa - o próprio Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, o encontro reúne Zâmbia, Malawi, Botswana e África do Sul.

"Há uma recomendação pelo DVB, lá atrás, pela UIT, em razão do DVB usar o mesmo espaço de espectro que usam os países africanos, 8 megaherzt – enquanto nós, japoneses, toda a América, usamos 6 Mhz. Nossa resposta para isso foi no sentido de dizer para eles que é melhor ainda que tenha 8 MHz. É mais espaço ainda para a gente colocar a modulação BST/UFDM, que é uma modulação mais rica, mais moderna, mais flexível", diz o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa.

Segundo Barbosa, já houve avanços nessa negociação com alguns países da África. Especialmente porque o comitê africano de radiodifusão aceitou alguns argumentos de Brasil e Japão e adotou como recomendações itens como MPEG 4 e a interatividade para a escolha do padrão.

"E tem a África do Sul, que decidiu para satélite e para cabo, que é DVB, mas não decidiu ainda o terrestre. Vamos participar das provas, o que é uma oportunidade para a Copa do Mundo, que está batendo à porta. Por isso além de estar dois dias em Maputo, vamos estar um dia em Pretória para conversar com a direção do grupo que cuida de TV Digital na África do Sul", adianta Barbosa.

Ele reconhece, porém, que a disputa não é simples. Mais do que a briga com os padrões de TV Digital europeu e americano, o grande concorrente é a China, que desenvolveu um sistema próprio e também procura ativamente por parceiros – e não apenas na África, mas entre países latinoamericanos, como Equador e Cuba.

“Temos uma grande vantagem. Temos interatividade e eles não, e até estamos vendo a possibilidade de eles usarem a interatividade Ginga. Os cubanos nos disseram que já existem testes feitos na China, que foram mostrados aos cubanos, de conversores com Ginga, usando o sistema chinês. É um novo patamar na discussão, na medida que o Ginga passa a ser um sistema interoperável, substituindo o MHP europeu”, argumenta o assessor especial da Casa Civil.

Fonte: Convergência Digital