23 de Outubro de 2008 - 17h42 - Última modificação em 23 de Outubro de 2008 - 17h42
Camilo Capiberibe vai investir no setor imobiliário se for eleito prefeito de Macapá
Alex Rodrigues
Enviado Especial
Macapá (AP) - Candidato à prefeitura de Macapá, o deputado estadual licenciado Camilo Capiberibe (PSB) afirmou que a capital amapaense “não pode continuar dependente da economia do contra-cheque”. Filho do ex-governador João Capiberibe e da ex-deputada federal Janete Capiberibe, Camilo afirmou que, se eleito, irá “destravar” a burocracia municipal e modernizar a prefeitura, a fim de atrair empresários que querem investir na cidade.
“Muitos empreendimentos imobiliários querem se instalar na cidade e nós temos gargalos burocráticos e de infra-estrutura que impedem isso”, disse o candidato. “A construção civil é uma das grandes empregadoras desse país. Queremos criar um ambiente favorável para que o setor seja um dos motores econômicos locais, já que existe uma pressão muito grande pela verticalização [construção de edifícios em substituição às casas residenciais] de Macapá”.
Em entrevista à Agência Brasil, Camilo também disse que pretende diminuir a quantidade de cargos comissionados existentes na prefeitura. Segundo ele, somente a prefeitura emprega 8.280 funcionários. Destes, 1.200 são comissionados. “O número de cargos comissionados é muito alto. Podemos economizar cortando 30% destes cargos e, com isso, investirmos em infra-estrutura e construirmos mais creches”, calculou.
O candidato apontou o turismo como outro importante setor prejudicado pela “burocracia” local. “Vários hotéis querem se instalar aqui e não têm condições de enfrentar essa burocracia. É um problema tão grave que tem desestimulado [possíveis empreendedores] a virem para cá”, disse.
Camilo disse que, para aproveitar o potencial turístico de Macapá, o futuro prefeito terá que “ajeitar a cidade”. “Ela está suja e sem infra-estrutura. O primeiro passo para melhorar o turismo é organizar a coleta do lixo, a capina e a varrição das ruas. Hoje, isso é precário. Temos que recapear as ruas e sinalizar os pontos turísticos, valorizando-os”, disse.
Contando que o orçamento municipal, em 2009, varie entre R$ 400 e R$ 450 milhões, o candidato prometeu dar prioridade aos investimentos em saúde e educação, “os dois investimentos que mais geram desenvolvimento econômico”. Ele prometeu construir pelo menos cinco novas creches já em 2009. “Com cerca de R$ 300 mil nós construímos e equipamos uma creche”, garantiu Capiberibe.
“Nossa proposta é construirmos mais unidades para atendermos às quase 30 mil crianças de zero a seis anos, que estão fora das salas de aula. Depois de construídas, o Fundeb [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação] as financia. Quanto mais creches tivermos, mais recursos virão para o município”, disse o candidato.
Classificando o atual cenário sócio-econômico de Macapá como “negativo”, Camilo afirmou que a população enfrenta todo o tipo de dificuldades. “A saúde está desestruturada. Faltam medicamentos e material. A infra-estrutura da cidade também é precaríssima. As ruas estão abandonadas e esburacadas. O transporte coletivo é irregular. Há problemas habitacionais”, constatou Capiberibe.
O candidato atribuiu a responsabilidade pelos problemas às administrações municipal e estadual. O atual prefeito de Macapá é o petista João Henrique Pimentel. O governador, Waldez Góes, é primo e apóia a Roberto Góes (PDT), que concorre com Camilo ao cargo de prefeito. “Há responsabilidades compartilhadas, como na educação, saúde e habitação, que não são cumpridas. Nem governo nem prefeitura estão fazendo o que deveriam”, disse.
Camilo Capiberibe disse já ter planos para possibilitar a instalação de uma rede de acesso à internet de banda larga. “A prefeitura não pode resolver isso sozinha. Buscaremos parceria com o governo federal. O ministro da Ciência e Tecnologia [Sérgio Resende, que é do mesmo partido de Camilo, o PSB] assumiu o compromisso de tirar Macapá do isolamento. Estamos nos articulando politicamente para que a banda larga chegue à cidade. O que não pode é os usuários serem prejudicados e a cidade continuar isolada enquanto o mundo inteiro está se conectando”, concluiu o candidato à prefeitura de Macapá.
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