26 de Janeiro de 2009 - 15h15 - Última modificação em 26 de Janeiro de 2009 - 16h24
Uso de softwares do governo federal será padronizado até março deste ano
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Até o primeiro trimestre deste ano, será implantada a padronização do uso de softwares desenvolvidos para o governo federal. O presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Marcos Mazoni, informou hoje (26) à Agência Brasil que tão logo o processo de certificação das soluções seja concluído, será lançado o edital pelo Serpro e Ministério do Planejamento para aquisição de programas.
“Quando padronizamos, o nosso objetivo é diminuir muito esses custos e o tempo de atendimento. E, independente de crise ou não, nós estamos atuando no que diz respeito à melhor utilização dos recursos públicos”.
"As vantagens dessa convergência digital serão sentidas não só pelo governo, mas por todo o mercado. Para o mercado, porque nós vamos dizer os padrões tecnológicos que o governo pretende usar e disponibilizar a ferramenta. Não há necessidade de compra de ferramentas para se fazer o desenvolvimento ou se propor o desenvolvimento para o governo federal”, afirmou Mazoni.
Segundo o presidente do Serpro, a padronização abre a possibilidade de as novas empresas de desenvolvimento de software, especialmente as de pequeno porte, trabalharem para o governo federal. Formadas por poucos profissionais, essas empresas se ressentem dos custos das ferramentas, que podem ser elevados. “O custo da ferramenta é relativamente importante na sua estrutura de custos. Então, isso é uma vantagem importante."
Para o governo federal, destacou Mazoni, a grande vantagem é que a partir das definições tecnológicas, poderão ser ligados sistemas diferentes com muita facilidade. Os técnicos do Serpro estão, no momento, definindo os padrões de ligação entre as diversas soluções. “Isso nos dá grande possibilidade de interoperabilidade a baixo custo.”
O presidente do Serpro salientou, ainda, a questão fundamental da manutenção. “Fica fácil mantermos soluções, na medida em que somos dominadores das tecnologias dessas soluções que vamos operar, não mais comprando solução com uma caixa preta. Nós vamos comprar soluções em cima de tecnologias que nós também dominamos”.
A padronização do uso de softwares do governo federal terá por base a plataforma “Demoiselle”, criada pelo Serpro e que conta com apoio da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev). Ela agilizará os procedimentos porque os sistemas ou soluções serão facilmente interconectados, explicou Marcos Mazoni.
Como a padronização está sendo efetuada em cima de padrões de software de código aberto, de software livre, ele enfatizou que o processo de atendimento das demandas do próprio governo também poderá ser acelerado. "A convergência pressupõe uma parceria com a iniciativa privada, na medida em que, além da ferramenta de desenvolvimento, estão sendo colocados vários componentes desenvolvidos pelo Serpro.
“Forneceremos compenentes para a iniciativa privada”, disse ele. Do mesmo modo, os componentes desenvolvidos pelo setor privado que apresentem melhorias poderão ser integrados à ferramenta do governo. “Juntos, o governo federal, as empresas federais e a iniciativa privada construirão uma ferramenta brasileira muito robusta, possibilitando, inclusive, que eles possam fazer soluções até para outros países”.
A idéia, enfatizou Mazoni, é otimizar os recursos públicos e os investimentos em Tecnologia da Informação (TI), inclusive como defesa contra eventuais crises externas. Como os governos federal e estaduais são grandes corporações, ele esclareceu que há adoção de diferentes produtos em áreas específicas e a conseqüente dificuldade de manutenção. Os custos relativos à operação e manutenção desses sistemas acabam sendo muito altos.
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