quarta-feira, julho 06, 2005

Entrevista: a escalada da AMD no Brasil




Fonte:



Ralphe Manzoni Jr. - IDG Now!

Envolvida em um processo antitruste contra a Intel, no qual a acusa de práticas ilegais de coerção de clientes, a subsidiária brasileira da AMD está passando ao largo dessa disputa judicial.

Mundialmente, a Intel tem aproximadamente 80% do mercado de processadores. A AMD fica com os outros 20%. No Brasil, a situação é diferente. Sim, a Intel é a líder, mas a concorrência, ao menos, é mais acirrada.

De acordo com dados da IDC Brasil, a AMD atingiu 41,5% de participação no mercado em desktops no primeiro trimestre de 2005. No total (que inclui notebooks), a empresa é dona de 39,9% do mercado brasileiro.

Para explicar esse desempenho, o IDG Now! entrevistou José Antônio Scodiero, diretor-geral da subsidiária brasileira. Ele avisa: depois de ganhar mercado com o consumidor doméstico, a empresa agora parte agressivamente rumo ao mercado corporativo. Veja os principais trechos.

IDG Now!: A AMD tem 40% de participação no mercado brasileiro no primeiro trimestre de 2005, acima do patamar mundial, que está na casa dos 20%. Qual a explicação para esse desempenho?
José Antonio Scodiero: A AMD tem uma relação de preço/performance bastante atraente e o nosso produto é percebido como de excelente qualidade, tão bom quanto o da concorrência, e com custo mais acessível.

Além disso, algumas marcas internacionais que trabalham exclusivamente com a nossa concorrência não possuem presença tão forte no Brasil, como o caso da Dell, que tem 5% do mercado brasileiro. Esse é um dos pontos que ajudam a explicar nossa participação de mercado.

Estamos também participando de todos os segmentos de mercado e, no último ano, vários fabricantes se converteram a AMD. É o caso da HP, que lançou uma linha completa de produtos no Brasil, de notebook, desktops até servidores. E, no segmento de pequenos integradores, mantivemos uma presença forte.

Por termos a maior participação de mercado do mundo, temos tido muito visibilidade. E temos servido de teste para várias iniciativas, que depois passam a ser replicadas em outros países.

Fomos uma das primeiras subsidiárias a entrar no mercado de governo. No Brasil, questionamos várias licitações, através de recursos administrativos ou meios legais, e conseguimos ganhar vários negócios nesta esfera.

IDG Now!: De acordo com o Instituto Brasil Legal, da qual a AMD faz parte, 80% dos desktops vendidos no Brasil são do mercado cinza. Qual a participação da AMD neste ?mercado??
Scodiero: Essa é uma estatística difícil de validar. Temos certeza que 80% desses processadores não entram de forma ilegal. Vale um questionamento entre mercado cinza e o mercado de produtos sem marca, que é legal. Posso dizer que a AMD tem uma participação de mais de 50% no mercado de computadores para o mercado de consumidor doméstico, que busca um computador com custo bastante acessível.

IDG Now!: O sr. citou a relação preço/performance para justificar a opção pela AMD. Qual é ela?
Scodiero: Conseguimos ter produtos de 20% a 30% mais baratos em alguns sistemas. Mas temos uma linha completa de processadores, que vai dos mais baratos e simples, até o mais caro do mundo no momento (Scudiero refere-se ao Athlon 64 FX, cujo custo é de US$ 1.001 por lotes de mil unidades).

IDG Now!: Qual a estratégia para aumentar a participação do mercado no Brasil?
Scodiero: A AMD, de uma forma global, quer aumentar sua participação no mercado corporativo e de governo. O foco principal da empresa é crescer neste segmento, principalmente em servidores com processadores de alto valor agregado. Vamos dar menos importância ao crescimento por unidades.



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