segunda-feira, novembro 15, 2004
Maddog: Evolução do Linux depende do serviço
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Para Jon Maddog Hall, presidente e diretor executivo da Linux International, o software livre é uma das chaves para o desenvolvimento do mercado interno em países como o Brasil. Em entrevista ao IDG Now!, o presidente da Linux International, entidade criada em 1994 para defender o uso do software livre em empresas, afirma que a evolução do software livre também depende da oferta de serviços.
Maddog esteve no Brasil no final da semana passada para apoiar o lançamento do HackerTeen - projeto de ensino da empresa 4Linux para transformar jovens de 12 a 17 anos em profissionais segurança da computação - e do 2ª edição do Congresso Internacional de Software Livre (Conisli).
IDG Now! - Como o senhor avalia as migrações de sistemas proprietários para softwares de código-fonte aberto anunciadas pelos governos de diversos países, incluindo o Brasil?
Maddog - Acho que em quase tudo o que o governo faz deveria ser considerada a melhor solução. No Brasil, a Procergs (Cia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul), por exemplo, trabalha muito com a comunidade Linux para desenvolver aplicações. O Brasil tem feito um bom investimento no futuro porque pode desenvolver um mercado internamente, sem depender dos Estados Unidos.
IDG Now! - Recentemente a International Data Corporation (IDC) divulgou uma pesquisa informando que o Linux ainda não estava maduro para ser usado nos desktops. O que o senhor acha disso?
Jon Maddog - Se o Linux está pronto ou não para o desktop. A resposta é talvez. Existem muitas situações em que o PC residencial não tem contrato de suporte, o que restringe o uso do sistema (...). Na situação da indústria, quando você treina uma equipe para dar suporte, o Linux é perfeito para o ambiente corporativo. No entanto, eu seria o último a dizer para uma empresa trocar uma base de desktops que estão funcionando bem para máquinas em Linux. Já em um novo projeto, por que não usá-lo?
IDG Now! - O Firefox, browser de código-fonte da Fundação Mozilla, vem ganhando espaço em um setor dominado pelo Internet Explorerm, da Microsoft. Esta pode ser a deixa do Linux entre usuários residenciais?
Maddog - Acho perfeito este movimento para que as pessoas conheçam a boa qualidade do browser desenvolvido em software livre. Geralmente há uma impressão de que, por ser gratuito, o aplicativo tem baixa qualidade e é difícil de usar. Recomendo também o uso do OpenOffice, que é usado nos Telecentros.
IDG Now! - Nestes dez anos à frente da Linux International - entidade que promove o uso do sistema operacional aberto em empresas - como o senhor avalia a evolução do uso do software livre nas corporações?
Maddog - Há alguns anos tínhamos poucas pessoas de negócios procurando soluções para seus problemas fora das grandes fornecedoras de sistemas proprietários. Hoje, vemos que mais pessoas estão entendendo a proposta software livre e nossa função é educar as pessoas a gastar menos.
O segredo está no serviço. O que as pessoas querem não é cozinhar ou dirigir e sim ter a comida quentinha ali na sua frente e contar com um serviço de transporte. A maioria das pessoas não liga para o software ou para o computador, mas para o que essas ferramentas vão fazer para ajudá-las. Nesse aspecto, o software livre pode ser modificado para se adaptar às necessidades das pessoas e não o contrário.
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