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Apenas 6,38% da população brasileira já comprou algum produto pela Internet nos últimos 12 meses, o que representa 20% das pessoas que usaram a Web no período, informa uma pesquisa realizada entre agosto e setembro pelo Instituto Ipsos-Opinion com 8.540 domicílios e 2.030 empresas com mais de dez funcionários.
O estudo foi divulgado no dia 24 de novembro pelo Comitê Gestor da Internet Brasileira e mostra que os ítens mais comprados pela Rede são filmes e músicas (17,9%), eletrônicos (14,4%), livros, revistas ou jornais digitalmente (14,1%), livros, revistas ou jornais fisicamente (13,3%), produtos para casa e eletrodomésticos (12,6%) e microcomputadores e equipamentos de informática (11,7%). Elias dos Santos, gerente de Comércio Eletrônico do Extra.com, um dos maiores vendedores de produtos informáticos do Brasil, disse que em dezembro último, os objetos mais vendidos foram TVs telas plana e plasma LCD; câmeras digitais; e computadores. 'Em média, cada cliente gasta de R$ 470 a R$ 600 fazendo compras pela Internet', avalia Santos. O chamado E-commerce (vendas on line), de acordo com o Comitê de Tecnologia da Informação e Comunicação, movimentou cerca de US$ 27 bilhões em 2005, número quatro vezes e meia maior do que o apresentado em 2002 - que foi de US$ 6 bilhões. 'Nossas expectativas foram atingidas e os acessos on line aumentaram em aproximadamente 60% na semana que antecedeu o Natal. Telefonia celular e auto-rádios também foram vendidos com sucesso', comenta o executivo. Para 'bombar' as vendas on line, o site Extra.com incrementou suas ações de comunicação e anunciou em jornais, revistas especializadas em tecnologia, além de anúncios nos maiores portais brasileiros como o Uol, IG e BuscaPé. Na área de Operações (estoque, separação de mercadorias e expedição), a empresa contratou dez funcionários para agilizar o setor e, no quesito homepage, a atualização é realizada de acordo com a demanda, estoque e giro das mercadorias. No Extra.com, o internauta pode entrar em contato com a empresa pelo 'Chat', 'Televendas' (0800) e o 'Fale Conosco'. A empresa dispõe de um centro de distribuição, localizado na cidade de São Paulo, de 40 mil metros quadrados. A FNAC.com.br diz que a maioria das suas vendas é realizada via Internet. 'Oitenta porcento das novas vendas vêm de forma on line', assegura a assessoria de imprensa da empresa francesa que possui lojas físicas em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. Ainda de acordo com a FNAC.com.br, o Brasil é o principal país estrangeiro de interesse para investimentos no e-commerce. Desde agosto último, além de CDs e DVDs, a FNAC também vende áudio, vídeo, telefonia e produtos relacionados à informação. A homepage está sempre em constante mudança. 'O layout deve ser adequado de acordo com a demanda apresentada pelos internautas', fala. Ainda segundo a FNAC.com.br, o site recebe mais de 100 mil acessos por dia e em dezembro, mês do Natal, este número aumentou ainda mais. 'Nosso crescimento foi de 400% e o número de pessoas que acessaram a página virtual dobrou', salienta. Para dar conta desse aumento expressivo, a FNAC.com.br contratou para o aumento das atividades do fim de ano cerca de 100 pessoas para coletar o pedido, separar, embalar e expedir a mercadoria. Para localizar o produto comprado pelo cliente, existe um software, o 'Challenger', exclusividade FNAC.com.br. Com servidor próprio e para evitar congestionamento do site, a FNAC.com.br aumentou de 4 para 6 Gb - facilitando o link de conexão para clientes e internautas. Além disso, a rede de lojas francesa se precocupa com a segurança dos seus clientes. Desde 1999 possui um firewall para evitar invasões e roubos de dados. Para incrementar suas ações de comunicação e marketing, a FNAC.com.br fez campanha publicitária em outdoors, apoiou um programa jornalístico na TV Cultura - o TV Cinq -, utilizou de folders e banners nas lojas físicas. Para acompanhar o pós-venda, a FNAC.com.br mantém interface com seus clientes e assistências técnicas em todo o Brasil. Quando o produto não vem com garantia, a FNAC disponibiliza para o cliente um prazo de um ano, caso haja algum problema no produto comprado.
Conexão e segurança no trabalho
O estudo também avaliou o uso da Internet e de microcomputadores nas empresas, revelando que 98,76% das companhias usaram computadores nos últimos 12 meses. Deste universo, 80% usaram computadores em rede LAN (Local Área Network) com fio e 96,29% tiveram acesso à Rede no período. Em média, 39% das empresas que têm computador possuem acesso à Web e 44,52% substituíram o correio tradicional por e-mail. A conexão no trabalho foi feita via banda larga, no último ano, por 57,95% dos funcionários, enquanto 45,07% usaram conexão discada via modem tradicional e 23,95% usaram conexão de banda larga móvel. Os ataques de vírus afetaram 50,34% das empresas. Já as pragas do tipo cavalo-de-tróia (trojans) afetaram 31,13% das companhias e os códigos maliciosos (worms ou bots) atingiram 17,44% dos pesquisados. Apesar do alto índice de ataques, 92,72% das empresas usavam antivírus e 71,70% atualizavam o software pelo menos uma vez por semana.
"Comprador light" tem planos audaciosos
O Mercado Eletrônico (www.me.com.br), e-marketplace líder em transações na América Latina, amplia seu foco de atuação e lança produtos e serviços específicos para o segmento SMB (Small Medium Business), composto por empresas de pequeno e médio portes. A partir deste mês, a empresa coloca à disposição dos seus 38 mil fornecedores o 'Comprador Light', um pacote simplificado de serviços que permitirá a otimização de seus processos de compras. Por meio do pacote, estas empresas poderão realizar cotações e pedidos de compras pela Internet, usando recursos até então, disponíveis apenas às empresas compradoras de grande porte. 'O produto foi desenvolvido porque as empresas estão cada vez mais exigentes em seus processos de compras e, na medida em que esta atividade é cada vez mais estratégica, aumenta a competitividade em seus mercados de atuação e, conseqüentemente, aperfeiçoa e amplia suas vendas', explica Eduardo Santos, gerente de Vendas Corporate-SMB do Mercado Eletrônico. Hoje, o reflexo das iniciativas das grandes corporações impacta nas pequenas e médias companhias. Desta forma, todas as empresas, em algum momento, passam de compradoras a fornecedoras. O mesmo acontece com os fornecedores da comunidade do Mercado Eletrônico que necessitam comprar materiais e serviços para o próprio negócio. Por este motivo, o produto 'Comprador Light' estende vantagens e os benefícios alcançados pelas grandes organizações, a estas empresas de menor porte. 'O ideal é começar com um pacote enxuto de funcionalidades, com baixo investimento, a fim das empresas comprovarem os resultados, como redução de custos e de prazo, e adquirirem a cultura de transacionar pela Internet', explica o executivo. O principal papel desse novo serviço é ressaltar a participação das pequenas e médias empresas na comunidade do Mercado Eletrônico. 'Atualmente, grande parte dessas corporações apenas responde às cotações solicitadas pelos clientes compradores. Poucas exploram bem os recursos disponíveis para as transações de compra entre empresas via Web', ressalta Eduardo Santos.
Varejo virtual é "negócio da China" para setor logístico
Jacinto Júnior, vice-presidente da Ramos Transportes, diz que o segmento de e-commerce alavancou consideravelmente as vendas da empresa no fim do ano. De acordo com ele, a empresa teve um aumento significativo na casa dos 20% neste período. Boa parte deste percentual atribui-se ao transporte das mercadorias de clientes que fizeram compras on line. 'Nesta época ocorre também um aumento de nosso efetivo na ordem de 10% para fazer frente a esta sazonalidade, sendo que grande parte deste número é formado por mão de obra terceirizada', avalia o executivo. Todos os grandes centros urbanos que a empresa atende apontaram crescimento homogêneo e são os responsáveis pelo aumento na demanda no transporte de cargas, justamente por conta das comemorações pontuais como o Natal. Para 2006, a empresa prevê um crescimento ainda mais significativo.
Mercado ganha novo concorrente
A Videolar.com, desde 5 de dezembro último, comprou os ativos e a base de clientes da Som Livre.com. Desde então, comercializa CDs, DVDs e mídias virgens para todo o Brasil. Fábio Vargas, gerente-geral disse que a empresa pretende ser exemplo no quesito vendas on line dessas mercadorias. 'Queremos ser conhecidos e reconhecidos por realizar este tipo de venda. Seremos referência em todo o país', acredita. Para ser a 'número 1' no e-commerce de CDs, DVDs e mídias virgens, a Videolar.com possui servidor hospedado na Dedalus, empresa que mantém parceria com a Americanas.com. Ainda de acordo com Vargas, neste ano, além da biografia dos artistas que já está disponibilizada na homepage, de acordo com o CD escolhido, uma revista eletrônica será lançada para contemplar o mundo da música e do vídeo. Segundo Fábio Vargas, o site da Videolar.com recebe, diariamente, em média, uma visitação de 50 mil pessoas por dia, e as ligações para o televendas, chegam a 100 mil por mês. Com uma política mercadológica agressiva, a empresa oferece frete grátis e parcela as compras em até dez vezes, sem juros, para produtos com preço acima de R$ 100. A distribuição é realizada sempre via Zona Franca de Manaus porque o centro de distribuição está localizado naquela região. Por meio de leitura óptica, as mercadorias são separadas, despachadas pelas esteiras rolantes e entregues, em domicílio, via Sedex. O pós-vendas é realizado pela estrutura Serviço de Atendimento ao Consumidor (Sac) por meio de pesquisas de amostragens para detectar o nível de satisfação dos clientes.
Jovens são os mais assíduos
Túlio Ornelas Iannini, diretor da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet de Minas Gerais (Assespro-MG), crê que pelo fato do e-commerce está em funcionamento no Brasil apenas dez anos, é muito cedo para fazer previsões sobre o seu futuro. 'O comércio eletrônico é mais uma opção de compra para os clientes, mas o interesse varia de acordo com a pessoa', pondera Túlio Iannini. Ainda segundo o diretor da Assespro-MG, a geração mais jovem adere melhor às novidades tecnológicas, e as com mais idade, ainda são resistentes. E destaca: 'Na época da implementação do comércio eletrônico no Brasil houve um momento de euforia entre as pessoas, e elas faziam compras on line com muito mais assiduidade', relembra. O diretor da Assespro-MG ainda diz que o retorno financeiro acontece entre o segundo e terceiro anos a partir do início da abertura do negócio. 'Em 2001 havia 172 milhões de internautas no Brasil. Até 2011, este número deve subir, aproximadamente, 37% a cada ano. Por essa razão, quanto mais tempo a loja on line estiver no ar, mais chances terá de dar certo e obter retorno mercadológico', salienta Túlio Iannini.
UM LEQUE DE POSSIBILIDADES 80% dos internautas não fizeram compras via Web em 2005
O temor dos internautas: - Preocupação com riscos do comércio eletrônico 36,2% - Prefere avaliar o produto in loco 27,04% - Não confia no produto que irá receber 12,84% - Preocupado em fornecer informações pessoais 9,6%
Fonte: Ipsos Opinion
SAIBA COMO MONTAR UM E-COMMERCE
- Faça um plano de negócio estruturado com objetivos e metas a serem alcançados. Se for preciso, contrate uma consultoria especializada. - Contrate profissionais habilitados. Amadorismo e desconhecimento são dispensáveis e prejudiciais ao projeto. - A homepage precisa ser atualizada frequentemente e devem existir pessoas disponíveis para responder aos clientes. - Firme parcerias com fornecedores visando custos menores para serem repassados aos consumidores. - Trabalhe com a ferramenta CRM, pois ela ajuda a moldar ofertas a serem enviadas, por e-mail, aos clientes, de acordo com o perfil de cada um deles. - Trabalhe com um bom servidor com espelhamento de dados. - Possua um bom firewall para barrar cavalos-de-tróia, worms, vírus e invasão de hackers e crackers. - Assine contrato com algumas operadoras de cartão de crédito. A possibilidade de oferecer o parcelamento da venda por cartão é necessária para o sucesso do negócio. - Contrate pessoas especializadas em logística: armazenamento, separação e expedição das mercadorias
Fonte: Hoje em Dia
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