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Que tal levar seis minutos para obter de uma base de dados informações que normalmente demorariam uma hora para chegar? Pois isso seria possível com um novo software desenvolvido na Coppe/UFRJ, chamado Pargres. Trata-se de uma solução de consultas a grandes bancos de dados totalmente desenvolvida em software aberto.
O Pargres foi fruto de uma tese de doutorado desenvolvida por Alexandre Assis Lima, orientado pela professora Marta Mattoso, da área de bancos de dados do Programa de Engenharia de Sistemas da Coppe e por Patrick Valdoriez, do Instituto Nacional de Pesquisa em Computação (INRIA), na França.
— Montamos uma equipe, com o apoio da Finep e da Itautec, e levamos um ano para criar o produto — conta Marta Mattoso.
O Pargres é compatível com quaisquer chamadas SQL num sistema de gerência de banco de dados. Ele é especialmente útil para consultas comerciais gigantescas. — Por exemplo, digamos que você precise somar os totais de venda de todas as filiais de uma empresa — exemplifica Marta. — Isto ficaria agrupado num datawarehouse, com um tabelão de 300 mil linhas. Se você usa um banco de dados seqüencial (a maioria é assim), as somas são feitas uma a uma. E isso leva muito tempo.
Uma consulta mastodôntica desse tipo é comumente feita por gerentes comerciais em busca de subsídios para tomar decisões críticas ou bolar estratégias para diferentes áreas de um negócio. Esses executivos podem ter de esperar mais de 10 horas de espera para obter os relatórios desejados — em geral do tipo OLAP, ou OnLine Analytical Processing (processamento analítico online). E com isso, às vezes se perdem boas oportunidades de ganhar dinheiro.
O Pargres resolve o problema trabalhando com clusters de PCs comuns.
Com ele, o usuário poderia mandar copiar o tabelão em quatro processadores e, valendo-se de quatro bancos de dados, pedir que analisem um quarto da lista cada um. A coisa fica bem mais rápida. Na prática, o tempo de varredura é dividido por quatro. E pode ser reduzido ainda mais, dependendo do número de computadores disponíveis no cluster.
Segundo a professora da Coppe, o cluster de bancos de dados que o Pargres representa não mexe no código do usuário, não precisa conhecer nenhum dado confidencial das tabelas da empresa e trabalha com computadores padrão, evitando os custos de migração (inclusive por ser livre e gratuito).
— É possível fazer tal operação com bancos de dados paralelos do mercado, mas aí há altos custos de migração: é preciso comprar o software, máquinas especiais, re-gerar as bases e por aí vai — diz Marta Mattoso.
Software pode economizar mais de meio milhão de reais
Segundo Marta, os custos de migração para um software de mercado podem chegar a mais de meio milhão de reais. Com o Pargres, por sua vez, a economia é total. Ele só não é o software ideal para consultas rápidas, que exijam pouco poder de fogo.
O software, regido pela licença LGPL e rodando em GNU/Linux, está disponível na web em .
Fonte: O Globo
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