segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Deu na Folha: Lojas acirram disputa por comprador de PC popular




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Por João Sandrini

Três motivos principais podem explicar a queda de preços. Um é macroeconômico: a desvalorização da cotação do dólar barateou a importação de componentes utilizados pelos fabricantes. Outro é fiscal: o governo zerou as alíquotas de PIS e Cofins sobre computadores de até R$ 2.500. O último é tecnológico: os fabricantes trocaram o sistema operacional Windows pelo software livre GNU/Linux.

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As principais redes de varejo brasileiras acirraram a disputa pelo mercado de computadores populares e oferecem, entre outras vantagens, preços inferiores a R$ 1.000, parcelamento em até 12 vezes sem juros, prazos de pagamento de até 25 meses e crediário com taxas bastante inferiores à média do mercado.

O setor de computadores viveu um verdadeiro "boom" no ano passado, com um crescimento de 40% nas vendas, de acordo com o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento). Segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP), na cidade de São Paulo o preço das máquinas encolheu 14,96% nos últimos 12 meses.

Três motivos principais podem explicar a queda de preços. Um é macroeconômico: a desvalorização da cotação do dólar barateou a importação de componentes utilizados pelos fabricantes. Outro é fiscal: o governo zerou as alíquotas de PIS e Cofins sobre computadores de até R$ 2.500. O último é tecnológico: os fabricantes trocaram o sistema operacional Windows pelo software livre Linux.

Com preços menores, as lojas passaram a enxergar um novo filão de consumidores potenciais e a oferecer promoções bastante agressivas de preço, juros e prazos de financiamento.

Entre máquinas que possuem a configuração básica estabelecida pelo programa "Computador para Todos" (CPU, monitor de vídeo, teclado, mouse, processador de 1,4GHz, HD de 40 GB, CD-Rom, memória de 128 MB e fax-modem), a Folha Online constatou que o menor preço é oferecido pelo Carrefour. A rede cobra, em promoção válida apenas até o dia 9 de fevereiro, R$ 999 por um PC popular que custava no varejo cerca de R$ 1.400 há pouco mais de três meses. O micro também pode ser comprado por 12 parcelas de R$ 99,90 (ou R$ 1.198,80).

Já as Lojas Americanas oferecem o maior prazo de pagamento sem juros: 12 meses. A empresa vende computador semelhante ao oferecido pelo Carrefour, mas acrescido de gravador de CD, por R$ 1.299.

No grupo Pão de Açúcar, que incluiu as lojas do hipermercado Extra, o micro mais barato sai por R$ 1.099 à vista ou por 15 parcelas de R$ 100,30. Já o Wal-Mart oferece o menor valor mensal de prestação: o PC pode ser parcelado em 25 vezes de R$ 59, com um juro mensal de 1,67%. O mesmo computador sai por R$ 1.198 à vista ou dividido em até dez vezes sem juros.

Procuradas na manhã de ontem, Ponto Frio e Casas Bahia não informaram seus preços até o momento.

"Computador para Todos"

Nas próximas semanas, os consumidores devem ganhar novas opções de crédito para a compra de PCs, já que mais lojas deverão passar a vender máquinas com o selo "Computador para Todos", que possibilita financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Até o momento, a única grande rede de varejo a repassar ao consumidor crédito tomado no BNDES foi o Magazine Luiza. A loja oferece computadores por um mínimo de R$ 1.255 à vista ou 25 vezes de R$ 69,90 (juro de 2,99% ao mês). A empresa informou que de 20 de dezembro até 30 de janeiro vendeu o impressionante volume de 21 mil PCs nessas condições.

Além do crédito do BNDES, o selo permite também que o consumidor tome empréstimo no Banco do Brasil (em caso de clientes com cartão Visa) e na Caixa Econômica Federal (no caso de titulares de contas) com juros de 2% ao mês para a compra.

Outras empresas, além do Magazine Luiza, já estão de olho no crédito dos bancos estatais. A Lojas Americanas informou que deve começar a vender máquinas com o selo "Computador para Todos" no próximo dia 20. Já o Pão de Açúcar espera que isso aconteça na próxima semana.

Decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado no "Diário Oficial" da União de ontem permite que empresas de varejo cujos controladores tenham residência no exterior também possam acessar linhas de empréstimo do BNDES com as mesmas condições oferecidas aos empresários nacionais. Entre os possíveis beneficiários do decreto estão Carrefour, Ponto Frio e Wal-Mart.

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Fonte: Folha de São Paulo


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