O BlackBerry PlayBook chega em breve ao chamado mundo real dos aparelhos eletrônicos. O tablet de tela de 7 polegadas estará disponível a partir de 19/4 nos Estados Unidos, com preços similares aos do iPad 2: 500 dólares  pelo modelo de 16 GB, 600 dólares  pelo de 32 GB e 700 dólares o de 64 GB.

Essa proximidade de preços e respectivas capacidades de armazenamento colocam os dois aparelhos no mesmo campo de jogo quando comparados. Por isso, seguem abaixo quatro razões para você ficar longe do gadget da RIM (Research in Motion).

Tamanho
Apesar de os tablets parecerem concorrentes reais, você está pagando por um aparelho menor com o PlayBook. É como ir a um restaurante e o garçom dizer que o drink médio e grande custam o mesmo preço. Você não pegaria o maior? Mas também há pessoas que consideram a tela de 7 polegadas uma virtude – mais leve e mais fácil de trabalhar com uma mão. Eu apenas não sou uma delas. Não concordo que esses fatores valem o tamanho menor da tela.

O “júri” ainda está aí e há muito debate apaixonado sobre se um tablet pode assumir o papel de um netbook para rolar. Com aparelhos como o iPad 2 ou o Xoom, da Motorola, pelo menos você recebe um tamanho real de tela para realizar algumas tarefas de produtividade. Mas um tablet como PlayBook é mais um "smartphone gigante" do que um netbook mais portátil, e pequeno demais para realizar muito mais do que já é possível com muitos smartphones atuais.

3G Wireless
O recurso de tethering (uso como modem) do aparelho até que é legal – é possível sincronizar e-mails e usar o PlayBook como uma tela externa maior para um smartphone BlackBerry (apesar de não muito maior, como discutido acima). No entanto, com o tablet da RIM, realizar tethering com um telefone BlackBerry não é apenas um recurso, mas uma necessidade.

Isso porque os modelos iniciais do PlayBook só serão equipados com conexão Wi-Fi e não poderão sincronizar dados com um BlackBerry Enterprise Server (BES). Por outro lado, os já citados aparelhos das rivais Apple e Motorola possuem modelos 3G no mercado com rede celular para o usuário se conectar em áreas sem rede wireless disponível.

playbook02.jpg

Apesar de preços iguais nos EUA, aparelho da RIM possui tela menor que a do iPad 2

E-mail
O PlayBook não envia e-mails de forma nativa. Para isso, será preciso usar o BlackBerry Bridge para realizar tethering com um smartphone BlackBerry. Esse processo te permitirá alguma funcionalidade e e-mail ao habilitar a conexão do smartphone com o BES para passar ao tablet.

Quanto a e-mails fora do BES, a RIM sugere o uso de serviços na web para acessá-los – como logar no Outlook Web Acess. Uma atualização planejada para até o final deste ano supostamente dará ao PlayBook a habilidade de se conectar nativamente ao BES, e talvez expandir outras opções de e-mail. Mas, para um tablet direcionado primeiramente para usuários corporativos, esse fato aparece como uma grande deficiência.

Aplicativos
A RIM ganhou alguns pontos extras com o anúncio recente de que o PlayBook poderá rodar aplicativos Android. Muito bem. No entanto, a plataforma da Google possui apenas uma parte da quantidade de apps disponíveis no iOS (sistema da Apple). E se você for mais a fundo e contar apenas os aplicativos que foram realmente desenvolvidos para o tablet (em vez do smartphone), a diferença é ainda maior a favor do iPad.

Sei que a maioria dos aplicativos que vejo sendo criados são direcionados para o iPad. E quando pergunto sobre outras plataformas, o Android sempre está no radar. Mas é preciso esperar alguns meses, pois o tablet da Apple vem primeiro.

E vale lembrar que os apps Android não rodarão nativamente no PlayBook, o que pode causar alguns problemas de desempenho. Os aplicativos do sistema da Google rodarão em um ambiente separado dentro de um tocador de aplicativos que poderá ser baixado na loja BlackBerry App World. Além disso, o PlayBook também rodará apps BlackBerry, mas eles existem em um número menor ainda.

De muitas maneiras, o PlayBook parece mais similar com o “supersmartphone” Motorola Atrix (com sua dock station) do que com qualquer outro tablet. Ele possui mais funcionalidades do que o Atrix como um aparelho móvel sozinho, mas em termos de habilidades essenciais, o tablet da RIM acaba depende muito do smartphone BlackBerry.

Se você possui um BlackBerry, há alguns recursos legais no PlayBook que merecem sua atenção – mas acredito que outros tablets ainda ofereçam mais. E para quem não tem um smartphone da RIM, nem mesmo pense em comprar o tablet da fabricante...

* fonte: PC World