O pequenos provedores de Internet querem que o governo assegure recursos para investimentos em serviços de Tecnologia da Informação, em troca do acesso à banda larga ao preço de R$ 35, como vem sendo estudado através do Plano nacional de Banda Larga (PNBL).

Para os ISPs, prestar apenas o serviço de acesso à banda larga por esse custo, especialmente nos municípios com apenas 10 mil habitantes, representaria uma 'margem de lucro' muito pequena, mesmo que o custo do link caia de patamar médio de R$ 1,3 mil para apenas R$ 200,00.

A sugestão foi apresentada pelo presidente da ABRAPPIT (Associação Brasileira de Pequenos Provedores de Internet e Telecomunicação), Ricardo Lopes Sanchez, durante audiência pública realizada nesta terça-feira, 30/03,na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.

Sanches, inclusive, deixou a entender que falava em nome do CONAPSI - Conselho Nacional das Entidades de Provedores de Serviços de Internet - que reúne outras oito entidades que representam os interesses de pequenos provedores de Internet e de Serviço de Comunicação Multimídia (SCM).

O discurso do presidente da ABRAPPIT surpreendeu o secretário de Logística e Tecnologia da Informação, Rogério Santanna. Até então, Santanna entendia que a redução de custos na aquisição de links proposta pelo Plano Nacional de Banda Larga atrairia facilmente os pequenos provedores, os quais sempre reclamaram dos altos preços cobrados pelas empresas de telefonia ao ceder essa infraetrutura de rede.

O próprio Ricardo Sanches forneceu números que mostram que pequenos provedores, em sua maioria, pagam caro, entre R$ 800 e R$ 1800 na aquisição dos Links. Mas as empresas entretanto resistem ao preço final estabelecido pelo governo para o consumidor.

Talvez o motivo seja o fato de que a maioria das empresas representadas por essas entidades não serem ISPs natas. Na realidade, são micro e pequenas empresas de informática, as quais, há alguns anos, viram uma oportunidade de adquirir licenças de Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), para ofertar o acesso à Internet em locais onde as teles não viram nenhum atrativo comercial.

Também ao defender a implantação do PNBL, outra surpresa vinda da parte dos provedores: Ricardo Sanches disse que o melhor cenário para o País seria o governo não deixar de contar com o apoio da infraestrutura das empresas de telefonia. As mesmas empresas que cobram, segundo ele, até R$ 4 mil o megabit, dependendo da região.

Por Luiz Queiroz

Convergência Digital