26 de Maio de 2009 - 20h26 - Última modificação em 26 de Maio de 2009 - 20h26
Ministro da Justiça diz que não há grupos terroristas atuando no Brasil
Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, garantiu hoje (26) que não há grupos terroristas atuando no Brasil. Notícia publicada no jornal Folha de S.Paulo informou que a Polícia Federal (PF) prendeu, em São Paulo, um estrangeiro que teria ligações com a organização Al Qaeda.
Segundo o ministro, a Polícia Federal não tem inquérito sobre ação de grupo terrorista ou da Al Qaeda no país. Tarso afirmou que o estrangeiro foi preso por crime de racismo na internet, mas não revelou sua nacionalidade, nem deu detalhes da investigação, que corre em sigilo de Justiça.
“Aqui no Brasil não tem nenhuma célula de atividade terrorista de qualquer tipo de organização. Temos controle muito forte sobre isso em todas as regiões do país em que possa existir algum tipo de suspeita. Se esse cidadão tem, ou não, relações políticas, ideológicas com países ou com redes de opinião no mundo, isso para nós não é uma questão institucional ou legal”, disse o ministro, depois de reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Em nota, a Polícia Federal informou que prendeu o estrangeiro, residente no Brasil, no dia 26 de abril, por divulgação de mensagens racistas na internet em uma rede de relacionamento com pessoas de vários países. O homem foi indiciado por crime de racismo. A PF informou que não comentará o caso.
O Ministério Público Federal em São Paulo informou que não há prova de ligação do estrangeiro, de origem árabe, com a Al Qaeda. “A Polícia Federal, até o momento, não apresentou nenhum laudo que comprove a existência de conteúdo criptografado no computador do investigado e não foi comprovado que o homem preso em São Paulo, é membro de qualquer organização terrorista”, diz nota do MPF.
Ainda segundo o ministério, a polícia brasileira recebeu informações do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, sobre grupo na internet que divulga mensagens antiamericanas em idioma árabe, sendo que algumas foram enviadas do Brasil. A Justiça então, autorizou, a quebra do sigilo do investigado e, depois, sua prisão preventiva.
A investigação descobriu que as mensagens eram postadas com aval do estrangeiro e levantou-se a hipótese de que ele poderia ter contatos com organizações terroristas, porém sem comprovação, segundo o Ministério Público.
“A investigação apontou que o fórum era organizado e possuía estatuto e que nada era publicado sem autorização do homem preso. Entretanto, não há indício de que esse grupo integre ou tenha praticado qualquer ato de uma organização terrorista. Não foram apreendidas armas, documentos secretos, planos”, continua a nota do ministério.
Conforme o MPF, a Polícia Federal encaminhou ao FBI dados da operação para “fins de inteligência”.
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