sábado, outubro 22, 2005

Serpro prevê migração total para software livre até o fim do ano




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Apesar de estar no "olho do furacão" das discussões sobre liberação de verbas para software livre, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) pode ser considerado uma experiência avançada de implantação do código aberto no governo federal. "O objetivo é encerrar o ano com todo o Serpro incluído, passando pela migração de infra-estrutura, pelo desenvolvimento e pela incorporação de estações de trabalho. Isso inclui a sede e as 10 regionais", aponta Deivi Lopes Kuhn...


Mesmo tendo que driblar as restrições de recursos para viabilizar a migração, a instituição já tem 3.237 máquinas migradas Apesar de estar no "olho do furacão" das discussões sobre liberação de verbas para software livre, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) pode ser considerado uma experiência avançada de implantação do código aberto no governo federal.

"O objetivo é encerrar o ano com todo o Serpro incluído, passando pela migração de infra-estrutura, pelo desenvolvimento e pela incorporação de estações de trabalho. Isso inclui a sede e as 10 regionais", aponta Deivi Lopes Kuhn, coordenador do projeto de migração para software livre da instituição.

Só no ano passado foram 2.588 máquinas migradas e 6,5 milhões de reais investidos, com recursos próprios do Serpro. Isso representa uma economia de cerca de 4 milhões de reais frente aos 10 milhões de reais que seriam investidos em licenças proprietárias, conforme aponta Kuhn.

De acordo com o executivo, os projetos de migração dos sistemas para código aberto começaram em 1998, mas começaram a ganhar fôlego mesmo a partir dos dois últimos anos. "Dois anos atrás migramos servidores Lotus Notes para Linux, da Red Hat. Hoje estamos no ponto de consolidar os servidores internos e debater os de diretório", aponta.

Como na maioria dos projetos que alteram a estrutura de tecnologia, no entanto, o projeto de migração do Serpro apresentou problemas no transcorrer do processo. "Como qualquer mudança tecnológica, tivemos resistência, principalmente dos usuários. Mas quando os benefícios dos sistemas foram mostrados, a implantação foi realizada com mais tranqüilidade", sinaliza. Entre os outros desafios apontados por Kuhn também esteve o cumprimento do cronograma de implantação e a qualificação dos profissionais.

Migração nos ministérios

Se por um lado a migração interna no Serpro está deslanchando, a implantação do código aberto nos ministérios - proposta do ex-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, Sérgio Amadeu - parece caminhar a passos lentos. Isso porque a restrição orçamentária para os projetos deverá comprometer algumas iniciativas.

A disputa mais recente diz respeito aos 200 milhões de reais solicitados por Sérgio Amadeu à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) que seriam canalizados para a migração de 22 mil desktops e 600 servidores, em projetos realizados pelo próprio Serpro. A verba foi vetada pela SLTI porque, segundo o secretário Rogério Santanna, o projeto apresentava custos elevados e não explicava suficientemente a fonte dos recursos.

Conforme explicou Sérgio Amadeu, o projeto era destinado a migração nos ministérios durante dois anos, sendo 100 milhões de reais destinados para cada etapa. Com o veto aos recursos, o projeto de migração nos ministérios tende a seguir um ritmo mais lento. "Não temos garantia de um nível de investimentos para migrar esses sistemas. Não sabemos se dentro dos ministérios existirá uma verba para tocar esses projetos adiante, o que consequentemente vai deixar o processo todo mais lento", sinaliza Kuhn.

Na avaliação do executivo, apesar de muito se falar sobre software livre dentro do governo e do Serpro aparecer nas posições de ponta dentro dos órgãos públicos federais, ainda há muito a caminhar. "Precisamos mostrar resultados. Mostramos o que tínhamos que fazer e por problemas de burocracia normais em uma administração pública não conseguimos trazer mais software livre dentro do governo", diz. Na avaliação do coordenador, o desafio para o ano que vem está em tornar efetiva a postura de migração, já ressaltada para o software livre. COMPUTERWORLD | HOME | 10/10/2005


Fonte: COMPUTERWORLD


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