quinta-feira, outubro 06, 2005

Começa disputa antecipada pela TV digital no celular




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O governo brasileiro ainda nem elegeu o padrão de TV digital que adotará, mas fornecedores de equipamentos já se posicionam para promover tecnologias de transmissão por meio dos telefones celulares. De um lado, os europeus defendem o DVB-H - padrão de TV digital adaptado para os aparelhos móveis. De outro, emerge como candidato americano o MediaFLO, defendido pela Qualcomm, que produz os conjuntos de chips dos celulares CDMA, utilizados no Brasil pela Vivo.


Os dois modelos, que no mundo todo ainda estão em fase de teste, poderão reproduzir na TV digital móvel a polaridade que há, nos celulares, entre as tecnologias CDMA e GSM (criada na Europa).

Valerijonas Seivalos, diretor-geral da Qualcomm no Brasil, afirmou que o MediaFLO já foi apresentado à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Carlos Bastos, diretor de multimídia da Nokia, disse que a fabricante finlandesa de celulares também já levou o DVB-H ao comitê criado pelo governo federal para discutir a TV digital.

Elifas Gurgel, presidente da Anatel, ressaltou que a questão da TV digital nos celulares ainda está distante da realidade brasileira. "O primeiro passo é como vamos construir a TV digital", afirmou ele, no congresso Telecom Americas, promovido pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), em Salvador.

Nos EUA e na Europa, o modelo que começa a ser testado prevê a licitação de faixas de freqüência adicionais para a transmissão de televisão digital por meio dos celulares - adquiridas pelas operadoras de telefonia ou por empresas interessadas em atuar como intermediárias entre as teles e as emissoras, como fez a Qualcomm. Os EUA destinaram a freqüência de 700 megahertz para essa finalidade. O DVB-H utiliza a faixa que vai de 470 MHz a 890 MHz.

Segundo Bastos, a Nokia pretende lançar comercialmente o DVB-H no próximo ano. A companhia tem feito testes em países como Espanha, Inglaterra e Austrália.

Por enquanto, o que existe no Brasil - ainda de forma muito incipiente - é a transmissão de TV analógica pelo celular.

O que está em discussão com a TV digital é um modelo em que as emissoras de televisão poderão veicular seu conteúdo diretamente e em tempo real nos aparelhos de celular, por meio de uma rede paralela à de telefonia.

Roberto Lima, presidente da Vivo, afirmou que o debate sobre o MediaFLO ainda está em estágio muito primário na operadora. "Ainda não sabemos que tipo de aplicação podemos oferecer."

O debate no Brasil ainda está atrasado. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou anteontem que a escolha do padrão digital para a TV brasileira convencional será feita até fevereiro e que as primeiras transmissões deverão ocorrer em meados de 2006.

Outra discussão no mercado brasileiro é a necessidade de regulamentação da transmissão do conteúdo de TV (analógica ou digital) pelas operadoras de telefonia - um debate que já aconteceu em outros países.

Em entrevista na noite de segunda-feira, Costa voltou a defender a tributação e a regulamentação desses serviços. "A telefonia de terceira geração (3G) é um serviço de valor adicionado ", justificou.

Valor Econômico - Empresas & Tecnologia - //05/10/2005

Talita Moreira De Salvador


Fonte: Valor Economico


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