Ampliar o conhecimento e o uso do BrOffice.org e, consequentemente, disseminar a filosofia do software livre é um dos desafios debatidos na palestra “Encontro Nacional do BrOffice.org – Desafios e Oportunidades”, no Espaço Colômbia, da Latinoware 2010. Durante a discussão, foram abordadas desde políticas de uso de softwares livres em governos até formas de massificação da plataforma no país.

O analista de sistemas e co-lider nacional do Grupo de Usuários do Projeto BrOffice.Org, Carlos Eduardo Braguini, falou sobre a atenção que o programa tem despertado. “Nossos encontros têm crescido em participação. No último, realizado em abril, tivemos quase quatro mil inscritos. Desde o primeiro que fizemos viemos dobrando o número de participantes, até chegar nesse patamar”, comemora.

Para Braguini, ainda há uma restrição ao conceito de software livre por boa parte dos usuários de computadores. “Existem ‘ondas’, no que diz respeito ao software livre. Num primeiro momento, não houve preocupação em explicar esse conceito de open source para as pessoas. Essa ‘segunda onda’ tem um lado mais profissional, mais madura e tem mais condições de dar respostas mais ágeis para a sociedade”, analisa.

Mercado

Também analista de sistemas e um dos coordenadores do BrOffice.org, Claudio Ferreira Filho, expôs o que seriam contradições. “Se gasta muito dinheiro para montar uma estrutura, com um programa pago, quando essa verba deveria ser usada em outras áreas, usando-se um software gratuito”, disse Filho, que credita isso à “forte influência da empresa dominante do mercado de softwares no mundo”. Ainda assim, segundo ele, o Brasil é um caso de sucesso em relação à plataforma livre. “Cerca de 15 milhões de pessoas usam o BrOffice no país”, aponta.

Segundo Braguini, o processo de ampliação do uso de programas de código aberto está em andamento, na medida em que mais pessoas estão conhecendo suas funcionalidades. “Nos eventos que promovemos vem desenvolvedores do Brasil e de outros países para trocar experiências sobre o projeto, em torno de suas atividades”, disse. “Isso abre oportunidades para que os profissionais possam fazer seus trabalhos”, concluiu.

Fonte: Latinoware