Embora as argumentações feitas em matéria veiculada na IDG Now [1]sejam baseadas em resultados de empresas dos Estados Unidos, elas se encaixam perfeitamente para o Brasil. Primeiro, que no Brasil os órgãos governamentais também aumentaram bastante o uso de softwares open source, mas não necessariamente pelos mesmos motivos. Enquanto lá, uma crise financeira balançou a economia norte americana fazendo com que as empresas e governos optassem por fazer cortes em despesas afetando, principalmente o setor de TI, no Brasil, a ideia por trás da adoção de softwares livres é mais abrangente.

Estive no final do mês de outubro com a Gerente de TI do Fundo de Pensão, SERPROS, Mônica Lasneau, falando sobre migração, em andamento, para Ubuntu e BrOffice na empresa - há uma reportagem completa sobre o tema na edição 16 da Revista BrOffice.org[2]. O assunto como sempre enveredou para as resistências dos funcionários, para treinamento e recursos que sobram para atualizar hardware. Mas, de acordo com ela, não é só isso. Era preciso entender o que, afinal de contas, é Software Livre e Mônica define com precisão: “É uma questão de cidadania”. Ela conta que começou a entender isso a partir de sua participação no Fisl, precisamente, em palestra sobre Inclusão Digital em comunidades ribeirinhas do interior do estado do Amazonas. “Não será possível atingir todas as escolas do país, muito menos todas as comunidades carentes com o modelo de software proprietário”, conclui Mônica.

Falar em economia como argumento principal também já está saindo de moda, afinal se fosse só por isso, no caso dos USA, as empresas que adotaram SL em tempos de crise voltariam para o antigo modelo de negócios de softwares baseado em licenças caras. Sem contar o perverso ciclo de atualizações que faz com que o usuário final identifique bugs do programa, relate-os para as empresas, e depois pague a conta pelo novo pacote com remendos, forçado por incompatibilidades a versões anteriores. As empresas acabam sendo aprisionadas pelo modelo, sem se dar conta disso.

Quais são então os atrativos para o uso do Software Livre ou open source como o BrOffice? É gratuito, portanto não há despesas com licenças. É livre e de código aberto, então a empresa pode fazer modificações que atenda a demandas específicas sem custos adicionais. Tem suporte técnico de uma comunidade vibrante e ativa espalhada pelo mundo inteiro e aqui no Brasil o custo com treinamentos [3]é infinitamente menor. É compatível com os documentos produzidos pelo Office da Microsoft. Utiliza padrão aberto de documento, o que significa na prática, o não aprisionamento, à medida que esse tipo de documento pode ser editado por outros tantos softwares com suporte ao ODF.

Por Luiz Oliveira

Referências:
[1] http://idgnow.uol.com.br/computacao_corporativa/2010/11/09/10-razoes-par...
[2] http://broffice.org/revista
[3] http://broffice.org/suporte