3 de Abril de 2009 - 10h10 - Última modificação em 3 de Abril de 2009 - 10h10
Tecnologia da informação ainda não chega aos mais pobres, afirma ONG
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O crescimento do setor de tecnologia da informação e comunicação no país ainda não alcançou as camadas mais populares do país. As ferramentas de informática e de telecomunicações, principais segmentos do setor e que possibilitam a inclusão digital, só estão disponíveis para a parcela mais rica dos brasileiros.
A avaliação é de uma das coordenadoras do Comitê de Democratização da Informática (CDI) Dulce Ângela Quintanilha. Para ela, apesar do barateamento de computadores e de telefones móveis, nos últimos anos, os custos de ferramentas digitais ainda são altos e não há infra-estrutura para instalação de equipamentos em cidades do interior do país.
“É inegável que, com o avanço da tecnologia e com as demandas que esse cenário trouxe, o custo diminuiu. No entanto, acessar essa tecnologia não garante de fato a inclusão digital, boa parte da população ainda não se apropriou dessa tecnologia”, afirmou.
Segundo Dulce, as experiências do CDI, organização não-governamental que trabalha há 14 anos com inclusão digital, mostram que o acesso às tecnologias da informação dependem também de cursos para o uso das ferramentas digitais e produção de conhecimento. “Inclusão digital não é apenas instalar um computador”, destacou.
A coordenadora defende políticas públicas para o setor, além de parcerias com a iniciativa privada e ONGs. “Caso o governo crie e instale infra-estrutura, o que não seria um mercado natural para a iniciativa privada [empresa de telecomunicações] amanhã poderia ser”, disse.
“Hoje é uma fortuna instalar equipamentos em locais mais remotos do país, cerca de R$ 20 mil uma antena via satélite mais não sei quantos mil por mês, de conexão”, completou a coordenadora.
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