Pequenas empresas brasileiras de tecnologia da informação buscam parcerias no exterior
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Riosoft, agente do Programa para Promoção da Exportação do Software Brasileiro (Softex), do Ministério da Ciência e Tecnologia, vai levar à Espanha e a Portugal um grupo de empresários da área de tecnologia da informação (TI), para tentar formar parcerias e consolidar a presença brasileira na Península Ibérica.
Segundo o diretor da Área Internacional da Riosoft, Alberto Blois, a missão ajudará pequenas e médias empresas de tecnologia da informação brasileiras a se internacionalizar, sob a marca Brazil IT. A iniciativa é patrocinada pela Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex Brasil) e pelo Softex. “As empresas estão interessadas em abrir contato com a Europa, começando por Portugal e Espanha, porque o processo é mais barato: a localização é mais fácil, não tem barreira de língua e existe toda uma ligação cultural.”
Em entrevista à Agência Brasil, Blois disse que o desafio é aumentar a base de empresas de TI que exportam e realizam negócios internacionais, por meio de parcerias com empresas estrangeiras, no caso em Portugal e Espanha, “para que, juntas, possam agregar produtos e forças e se tornar mais competitivas e conquistar mercados”.
Ele destacou que, por sua competência, principalmente nas áreas financeira e de governo, as empresas brasileiras de TI estão presentes “mundo afora”. Os produtos brasileiros com maior demanda no exterior são serviços e softwares (programas de computador), afirmou. “O Brasil é muito reconhecido mundialmente pela sua capacidade de gerar soluções. O desenvolvedor brasileiro é visto como a pessoa que consegue enxergar onde vai ter problema e como contorná-lo. E isso graças ao mercado interno”.
De acordo com Blois, o fato de criarem e operarem no Brasil seus produtos e serviços permite que as pequenas empresas de TI saibam o que vai dar certo ou errado. “E essa questão é vista como um grande diferencial no mercado internacional”.
Blois acredita que, com a crise financeira mundial, mais soluções brasileiras em TI poderão ser importadas por outros países. “Não existe saída para a crise sem investimento em tecnologia da informação, para tornar a empresa mais competitiva por meio de aumento de lucro e redução de custos. Sem tecnologia, não se consegue fazer isso”.
Pesquisa do Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro informa que 60% das pequenas e médias empresas fluminenses de TI prevêem aumento do faturamento e de equipes para este ano. Esse viés de crescimento neste momento é importante para o setor, ressaltou.
A Riosoft, a Apex Brasil e o Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) vão enviar novas missões empresariais de TI ao exterior. Na próxima semana, um grupo participará da feira OTC (Offshore Technology Conference), em Houston, nos Estados Unidos. Para o segundo semestre, estão previstas missões em Angola, na África, e nos Estados Unidos. Nesse período, será realizada também a Rio Info. No evento, considerado o mais importante do setor no estado, há um fórum internacional do qual participam empresas visitantes de todo o mundo interessadas em negociar com pequenas companhias nacionais.
A missão a Portugal e Espanha é realizada em conjunto com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep), a Fundação ADEuropa de Valladolid e o Parque Científico e Tecnológico de Gijón-Astúrias, ambos da Espanha. E conta com apoio da Apex e da Firjan.
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