Muito esperado pelo público que lotou o palco principal da Campus Party Brasil 2011 no início da tarde, Jon Maddog Hall chegou para convocar os geeks campuseiros para uma nova missão: tornar os sistemas de computação acessíveis com  a construção de negócios sustentáveis com tecnologia aberta e software livre. Diretor executivo da Linux International, uma organização sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento de aplicações em código aberto, Maddog apresentou o projeto Cauã, que que pretende ajudar pessoas a ganharem a vida como administradores de sistemas ou empreendedores na área de tecnologia.

Uma espécie de lenda entre os usuários convictos do Linux, o senhor de barba branca brincou com a plateia logo no início da palestra: “vocês me conhecem como o velhinho do software livre, ho ho ho, sei disso”,  confessou antes de pontuar o contexto que o levou a pensar nesse projeto gratuito. A ideia de Maddog é fazer computadores mais amigáveis, popularizar sistemas (como os de automação dos equipamentos eletrônicos das casas), diminuir o consumo de energia e poluição e fazer dos geeks, os caras com o conhecimento técnico e sem visão para ganhar dinheiro, os gestores desses empreendimentos sustentáveis.

O projeto Cauã inclui auxílio na criação de planos de negócio, no treinamento, certificação, licenciamento e definições de marketing. Os computadores seriam fabricados no Brasil por pequenas empresas e teriam seu custo de manufatura reduzidos pela a metade devido à diferença entre os impostos de importação de peças e de máquinas prontas. O maior custo seria da conexão de internet, já que o hardware deveria ser financiado por longos anos e o pagamento incluído no valor dos serviços e suporte prestados.

Após a palestra, a correria de os fãs e jornalistas em torno dele foi a de praxe dos eventos de tecnologia, mas Maddog improvisou uma coletiva de imprensa e tirou fotos com todos os admiradores, deixando o clima tranquilo mesmo diante dos mais eufóricos e apressados. A empreendedora de educação cultural Danielle Nastari estava entre os fãs e justificou porque ele não é uma celebridade ”do nada”, alguém que vive da fama das conquistas do passado.”O trabalho atual dele na defesa da inclusão digital é fundamental, quem não tem acesso ao mundo digital está excluído do futuro.

Esse projeto e as pesquisas que ele apresenta provam que os custos para a conexão das pessoas não é tão alto como as grandes corporações dizem, conforme é mais conveniente para elas. Com essas informações, o público pode cobrar mais dessas empresas uma outra postura. Ele tem tanto peso e, pela idade, nem precisaria estar aqui. Mas ele está preocupado com os jovens e está  formando novos líderes, captando seguidores. Essa é uma forma de perpetuar seu trabalho”, defendeu a campuseira.Os interessados podem ter mais informações sobre o projeto Cauã pelo sítio http://www.projectcaua.org.

* fonte: blog do Serpro