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Projetos sociais e governamentais, grandes e pequenas corporações, indústria eletroeletrônica, pessoas físicas. Vai faltar mão-de-obra especializada em software livre para atender o crescimento do mercado nos próximos anos.
A sentença é dada pelo presidente do ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, autarquia federal vinculada à Casa Civil da Presidência da República), Sérgio Amadeu.
"Muitas das prefeituras eleitas para 2005 pretendem adotar o software livre em sua cidade. Vai haver uma procura muito grande por profissionais nos próximos anos", alerta Amadeu.
Um estudo, obtido com exclusividade pela Folha, realizado pela Impacta Pesquisas de Mercado (IPM) com cem firmas de médio e grande porte, aponta que a remuneração média desses profissionais é de R$ 1.900. O levantamento também revela que o Linux, um dos mais conhecidos softwares livres do mundo, é utilizado por 38% das firmas usuárias de tecnologia da informação pesquisadas. Do outro lado, 61% dizem não pretender usar o software.
O déficit de profissionais é também um empecilho para a ampliação do uso de programas não-proprietários nas empresas brasileiras, de acordo com a pesquisa. Para Célio Antunes, presidente do Grupo Impacta, o cenário pode mudar. "Se o mercado se profissionalizar e redes de serviço forem criadas, vai se perder o medo de adotar programas livres."
Incentivo público
O governo federal, por meio do Comitê Técnico de Implementação do Software Livre, quer efetivar programas de código aberto como ferramentas corporativas e formular uma política nacional para incentivar seu uso.
"É a pirataria que sustenta o uso do sistema operacional proprietário. Mas muitas companhias vão fazer a migração para o software livre porque estão descobrindo que o governo apóia, a Nasa usa, a Casa Branca usa", diz Amadeu.
Segundo o relatório de 2002-2003 da Sociedade Brasileira para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), a formação de mão-de-obra especializada é um dos critérios para alavancar a competitividade da indústria brasileira de softwares, apesar do descompasso geográfico na oferta de mão-de-obra no país, concentrada no Sudeste.
O governo brasileiro pretende ser um dos grandes empregadores da área no próximo ano. Duas mil vagas devem ser criadas até julho de 2005, se o projeto Casa Brasil, que pretende instalar telecentros comunitários usando programas livres, for aprovado no orçamento da União.
A indústria de eletroeletrônicos também figura entre os potenciais empregadores. Considerado um fenômeno por especialistas, o setor tenderia a usar sistemas operacionais abertos em artigos como microondas, que hoje precisam de programas customizados.
"Filiais brasileiras de multinacionais com sede na Europa, principalmente na Alemanha, também tendem a adotar o Linux nos próximos anos, por causa da lei antitruste", alerta Rodolfo Gobbi, vice-presidente do LPI Brasil (Linux Professional Institute).
Francisco Saito, 34, é químico, mas trabalha com informática desde 1995. Há seis anos, identificou o Linux como um novo mercado. "Descobri que poderia ter mais clientes, ele tem um custo total muito menor. Daí fui estudar", conta ele, que hoje é consultor autônomo. Saito diz que o mercado é promissor para aqueles com especialização na área.
De olho nos editais para contratação de prestadores de serviço para o poder público, ele tirou a certificação em Linux e hoje é um dos instrutores do Centro de Difusão de Tecnologia e Conhecimento, projeto criado neste ano pelo governo federal em parceria com a IBM para difundir soluções que usem padrões abertos e que já capacitou 700 técnicos e professores em 2004.
A sentença é dada pelo presidente do ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, autarquia federal vinculada à Casa Civil da Presidência da República), Sérgio Amadeu.
"Muitas das prefeituras eleitas para 2005 pretendem adotar o software livre em sua cidade. Vai haver uma procura muito grande por profissionais nos próximos anos", alerta Amadeu.
Um estudo, obtido com exclusividade pela Folha, realizado pela Impacta Pesquisas de Mercado (IPM) com cem firmas de médio e grande porte, aponta que a remuneração média desses profissionais é de R$ 1.900. O levantamento também revela que o Linux, um dos mais conhecidos softwares livres do mundo, é utilizado por 38% das firmas usuárias de tecnologia da informação pesquisadas. Do outro lado, 61% dizem não pretender usar o software.
O déficit de profissionais é também um empecilho para a ampliação do uso de programas não-proprietários nas empresas brasileiras, de acordo com a pesquisa. Para Célio Antunes, presidente do Grupo Impacta, o cenário pode mudar. "Se o mercado se profissionalizar e redes de serviço forem criadas, vai se perder o medo de adotar programas livres."
Incentivo público
O governo federal, por meio do Comitê Técnico de Implementação do Software Livre, quer efetivar programas de código aberto como ferramentas corporativas e formular uma política nacional para incentivar seu uso.
"É a pirataria que sustenta o uso do sistema operacional proprietário. Mas muitas companhias vão fazer a migração para o software livre porque estão descobrindo que o governo apóia, a Nasa usa, a Casa Branca usa", diz Amadeu.
Segundo o relatório de 2002-2003 da Sociedade Brasileira para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), a formação de mão-de-obra especializada é um dos critérios para alavancar a competitividade da indústria brasileira de softwares, apesar do descompasso geográfico na oferta de mão-de-obra no país, concentrada no Sudeste.
O governo brasileiro pretende ser um dos grandes empregadores da área no próximo ano. Duas mil vagas devem ser criadas até julho de 2005, se o projeto Casa Brasil, que pretende instalar telecentros comunitários usando programas livres, for aprovado no orçamento da União.
A indústria de eletroeletrônicos também figura entre os potenciais empregadores. Considerado um fenômeno por especialistas, o setor tenderia a usar sistemas operacionais abertos em artigos como microondas, que hoje precisam de programas customizados.
"Filiais brasileiras de multinacionais com sede na Europa, principalmente na Alemanha, também tendem a adotar o Linux nos próximos anos, por causa da lei antitruste", alerta Rodolfo Gobbi, vice-presidente do LPI Brasil (Linux Professional Institute).
Francisco Saito, 34, é químico, mas trabalha com informática desde 1995. Há seis anos, identificou o Linux como um novo mercado. "Descobri que poderia ter mais clientes, ele tem um custo total muito menor. Daí fui estudar", conta ele, que hoje é consultor autônomo. Saito diz que o mercado é promissor para aqueles com especialização na área.
De olho nos editais para contratação de prestadores de serviço para o poder público, ele tirou a certificação em Linux e hoje é um dos instrutores do Centro de Difusão de Tecnologia e Conhecimento, projeto criado neste ano pelo governo federal em parceria com a IBM para difundir soluções que usem padrões abertos e que já capacitou 700 técnicos e professores em 2004.
ANDRESSA ROVANI
free-lance para a Folha
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