Apesar do aparente avanço nas negociações entre Telebrás e Eletrobrás para o uso das fibras óticas do setor elétrico pelo Plano Nacional de Banda Larga, a eventual continuação do impasse sobre o preço a ser pago, ainda que agora com a Petrobras, levará a discussão para o Palácio do Planalto. Se não houver definição até março, a presidenta Dilma Roussef vai arbitrar o acordo.

“Há uma dificuldade com o preço, mas temos expectativa de que isso estará resolvido até março. Falei com a presidenta sobre isso e ela avisou que se não houver uma solução, é ela quem vai arbitrar o resultado”, explicou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

Na Telebrás e no Minicom, a expectativa é de que o acordo com a Eletrobrás será assinado ainda nesta semana - talvez ainda nesta quinta-feira, 24/2, segundo um integrante do alto escalão do Ministério. O presidente da Telebrás, Rogério Santanna, já adiantara que estava próximo de um acerto sobre o valor a ser pago à Eletrobrás e restavam apenas questões burocráticas a serem solucionadas.

O principal impasse estava com a Eletronorte, que, ao que tudo indica, preferia manter o sistema atual de preços cobrados para as teles privadas pelo uso da infraestrutura. Com o avanço com o setor elétrico, no entanto, as dificuldades de acerto passaram a se concentrar com a Petrobras.

Os contratos de uso das fibras são essenciais para o Plano Nacional de Banda Larga. Não somente porque se trata da infraestrutura primeira para a rede pública de dados, mas também porque sem a “posse” das fibras a Telebrás não tem como instalar os equipamentos que vem sendo adquiridos desde o fim do ano passado.

Paulo Bernardo, que participou nesta quinta-feira do seminário Políticas de (Tele)Comunicações, destacou que o PNBL é a maior prioridade do Minicom e voltou a insistir na importância da redução dos preços cobrados pelo acesso à internet no país.

“No ano passado foram vendidos 14 milhões de computadores, mas acredito que poderiam ter sido 20 milhões se tivéssemos condições mais favoráveis de acesso à internet. Hoje um computador pode ser comprado por R$ 800, dividido em várias vezes. Perto disso, R$ 80 por mês pelo acesso é um preço muito alto”, afirmou o ministro.