http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSlXT1QxvTh6HGlYwYk8waSJ7sJiPIwiDOrICFfDIbuS2b_9jhLxw

Trabalho com Software Livre desde 1999, comecei com RedHat ainda quando morava no Japão, passei por Turbo Linux, Conectiva, Kurumin, Ubuntu e atualmente uso Debian. Em 2004, durante uma edição do SUCESU-MT, conheci Claudio Ferreira Filho, então residente na cidade de Rondonópolis.

Naquela época eu já utilizava um pacote de escritório chamado OpenOffice, creio que a versão era 1.3, provavelmente. O que eu descobri naquele dia, foi que eu estava diante da pessoa que compilou o OpenOffice em pt-br e criou a comunidade brasileira do pacote, que mais tarde daria origem à ONG BrOffice.org.

A criação da ONG, idealizada por Claudio, tinha como objetivo fomentar, incentivar e apoiar as ações da comunidade e seus projetos. Um desses projetos, também idealizado pelo Claudio, é a Revista BrOffice.org.

Há alguns meses comecei a colaborar com a revista e tudo ia muitíssimo bem, com os demais membros trocando informações de forma transparente, utilizando Wiki, listas e sempre primando pelo compartilhamento de informações e pela tomada de decisões em equipe.

Entretanto, de algumas semanas pra cá, algumas decisões começaram a ser tomadas de forma absolutamente arbitrária por umas 3 pessoas. Trabalhos que eram discutidos na lista passaram a ser “delegados” em PVT. Pior, o resultado desses trabalhos eram solicitados também em PVT, e começamos a ser “orientados” para não entregar diretamente na lista, em aberto, como sempre fazíamos.

Tal atitude começou a me incomodar, mas confesso que achei que fazia parte de alguma estratégia de aceleração dos trabalhos, por conta do lançamento do novo portal pt-br.libreoffice.org. O que eu não sabia era que outros colegas estavam tendo a mesma sensação estranha de “usurpação”.

Bem, o resto vocês já devem ter lido em outros posts do Blog. O que defendo aqui e em qualquer outro lugar, é a soberania da comunidade. O compartilhamento irrestrito do conhecimento livre. A auto-gestão descentralizada e comunitária. E a absoluta desobediência à qualquer tentativa de manipulação, usurpação e distorção dos princípios que regem a ONG BrOffice.org.

A partir do momento que esta se torna um instrumento de promoção de prestação de serviços, deixando de ser apoiadora da comunidade (inclusive votando contra a realização do Encontro Nacional BrOffice), ela perde o sentido de existir.

por Rui Ogawa

* fonte: Blog da Comunidade BrOffice