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A Polícia Federal de Santa Catarina prendeu no interior do Estado um rapaz de 19 anos acusado de comandar um esquema para desviar dinheiro de instituições bancárias e furtar dados de clientes de administradoras de cartões de crédito. A PF o trata como hacker e informa que descobriu uma conta em nome dele com saldo de R$ 6,7 milhões.
Apesar do caso ter sido divulgado apenas nesta quinta-feira, José Carlos Cabral foi preso em sua casa, no último dia 20, em São Bento do Sul (252 km de Florianópolis), e vai responder a processo sob acusação de estelionato e, se condenando, poderá ficar preso por até quatro anos.
Segundo informações passadas pela assessoria de imprensa da PF, Cabral enviava e-mails para rastrear titulares de contas em bancos e de cartões de crédito. As mensagens transportariam um vírus que era automaticamente inoculado nos computadores depois de as mensagens serem abertas para leitura.
Os dados das contas e senhas eram enviados a Cabral conforme as vítimas acessavam os sites dos bancos. Ainda segundo a PF, ele desviava dinheiro para "laranjas" que, em troca de comissões, emprestavam suas contas para servir de destino; ou oferecia a quitação de débitos de terceiros em troca também de uma comissão --usando os saldos de contas cujos dados haviam sido furtados.
As informações dos cartões de crédito seriam usadas para a realização de compras via internet.
Denúncia - No disco rígido de um computador apreendido, a PF informa que foram encontrados os dados de 155 cartões de crédito e de 50 contas correntes, além do registro da postagem de cerca de 3 milhões de correios eletrônicos. A PF acredita que o hacker agia havia dois anos e que possua mais informações escondidas.
O delegado Ildo Costa, responsável pela assessoria de imprensa da PF, disse que o caso foi descoberto de "forma acidental", a partir da denúncia do dono de um dos computadores utilizados por Cabral --ele usaria diferentes máquinas para aplicar os golpes, de forma a dificultar o rastreamento-- e não de alguma das instituição lesadas. O nome do denunciante não é revelado e a PF o trata agora como informante.
De acordo com o delegado, os R$ 6,7 milhões em nome de Cabral estão depositados numa conta do banco Bradesco, que foi bloqueada. A PF busca agora chegar aos cúmplices que acredita terem agido com o hacker e aos supostos beneficiados por quitações fraudulentas de débitos.
Cabral está detido no presídio do município de Mafra. O seu advogado, Arão dos Santos, negou que o seu cliente seja proprietário da conta no Bradesco e disse que as informações contidas no computador periciado pela PF, "se é que existem", não pertencem nem são de conhecimento do acusado.
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