Por Marie Mawad e David Lawsky

Firefox-logoPARIS/SAN FRANCISCO (Reuters) - Um novo programa de email revelado pela Mozilla esta semana contém código proveniente de uma fonte incomum, as forças armadas francesas, que decidiram que o produto de fonte aberta era mais seguro que o Outlook, oferecido pela Microsoft.

A história de como o governo francês se envolveu com o movimento do software de código aberto começou seis anos atrás. As forças armadas francesas escolheram o software de fonte aberta depois de um debate interno no governo que começou em 2003 e culminou em uma diretiva promulgada em 6 de novembro de 2007 que dispunha que as agências do governo "procurassem a máxima independência tecnológica e comercial".

Os militares descobriram que o projeto de fonte aberta adotado pela Mozilla permitia que a França instalasse extensões de segurança, enquanto o software fechado e exclusivo da Microsoft não admitia alterações.

"Começamos com um projeto militar, mas o generalizamos rapidamente", disse o tenente-coronel Frederic Suel, do Ministério da Defesa, um dos encarregados do projeto.

A Gendameria Nacional, força policial francesa que na época integrava as forças armadas e cuidou do projeto, oferece parte do seu trabalho ao público sob o nome TrustedBird, e divide os créditos de marca com a Mozilla.

As forças armadas francesas usam o software de email Mozilla Thunderbird e, em certos casos, a extensão TrustedBird em 80 mil computadores, e o uso do programa se espalhou aos ministérios das Finanças, Interior e Cultura.

O governo francês está começando a adotar outros softwares de código aberto, entre os quais o Linux, no lugar do Windows, e o OpenOffice, no lugar do Microsoft Office.

Os grupos sem fins lucrativos que produzem a maioria desses programas, incluindo o software Samba para servidores e o produto mais conhecido da Mozilla, o navegador Firefox, dependem de programadores voluntários em todo o mundo.

O Thunderbird 3 usa parte do código do TrustedBird, e também aproveita o trabalho de mil outros programadores e usuários de computadores em todo o mundo.

Fonte: G1