Atento aos preparativos na área de segurança para os grandes eventos que serão sediados no Brasil, a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o FBI – a polícia federal dos EUA – aproveitou a VII Conferência Internacional de Perícias em Crimes Cibernéticos (ICCyber 2010), realizada na semana passada em Brasília, para oferecer uma ferramenta de compartilhamento de informações, o portal Law Enforcement Online (LEO), às autoridades brasileiras.

“É um eficiente instrumento de comunicações e alertas que funciona desde 1995 e nunca foi invadido”, defende o representante do FBI no Brasil, Pedro Wilson Moreira. Segundo ele, o portal LEO é aberto a todas as forças de segurança do mundo e já conta com mais de 100 mil usuários.

No Brasil, o portal criado pelo FBI já é utilizado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ele permite a criação de páginas específicas, com acesso restrito a diferentes organizações – como a própria PMRJ. O principal objetivo é permitir as forças de segurança contem com uma ferramenta de comunicação em qualquer lugar – desde que contem com acesso à internet – mas também possui aplicativos específicos, como um sistema para resposta a emergências.

Esse sistema, chamado de Centro de Comando Virtual (VCC, na sigla em inglês) auxilia na disseminação de informações táticas e de inteligência – imagens de pessoas procuradas, por exemplo – além de auxiliar no gerenciamento de crises. O VCC foi usado por autoridades americanas na sequência do atentado de 11 de setembro de 2001, em Nova York.

A oferta do FBI foi feita à Polícia Federal, que é responsável pelo planejamento das atividades de segurança para a Copa e as Olimpíadas. “A Copa gera especial preocupação porque será realizada em vários estados. Toda a atividade será descentralizada e teremos grupos de pronta intevenção em todos as sedes”, explica o chefe de segurança aeroportuária da PF, Marcelo Carvalho, um dos coordenadores do planejamento para os grandes eventos.

Ao explicar parte da estratégia da PF ele revela que a tecnologia da informação terá papel no cruzamento de diferentes bases de dados e na recepção dos turistas. Por um lado, a ideia é disponibilizar equipamentos eletrônicos de imigração capazes de fazerem leituras de passaportes eletrônicos. Por outro, haverá controle informatizado de todos os hóspedes de hotéis e a identificação de todos os passageiros que viajam para o Brasil, com o cruzamento com dados criminais internacionais. Os alvos principais não são apenas criminosos, mas também hooligans.

por Luís Osvaldo Grossmann
* fonte: Convergência Digital