quinta-feira, outubro 19, 2006

Garota de 14 anos é interrogada pelo FBI



Fonte:


Exemplo de Liberdade no estilo Americano de George W. Bush


Protestando contra a guerras dos Estados Unidos com o Iraque, Julia Wilson divulgou em sua página na comunidade virtual MySpace uma montagem da foto do atual presidente americano George W. Bush com o desenho de uma adaga perfurando sua mão e os dizeres "Kill Bush" (na tradução, "Matem Bush").

No entanto, ao descobrir em uma aula de história que este tipo de atitude é tratada como ofensa federal, retirou a imagem, mas não foi suficiente para conter a ira do FBI que já havia resolvido investigar a "ameaça de terrorismo".

A garota de 14 anos foi retirada de uma aula de biologia e questionada por dois agentes federais durante 15 minutos, em um interrogatório que segundo a menina a fez chorar e foi realmente assustador. Os pais ficaram chateados que tudo tenha sido feito sem que eles fossem questionados, porém não há lei que previna isto de acontecer. A garota teria sido procurada em casa na tarde do mesmo dia, mas como não estava sua mãe foi avisada que voltariam depois da escola.

"Tem dois homens do serviço secreto que querem falar com você. Aparentemente você fez algumas ameaças de morte contra o presidente Bush", disse Kirstie Wilson à filha por mensagem de texto. "Está falando sério!?!? Meu Deus. Estou com sérios problemas?", respondeu a filha, que parou de se comunicar e entrou em contato apenas alguns momentos depois, avisando que tinha sido interrogada.

Julia diz que ouviu muitos gritos dos agentes e foi ameaçada de ser enviada para um reformatório por sua ofensa. Embora os pais e a própria garota saibam o porque da investigação, questionam o fato de não terem esperado até que ela saísse da escola e também visto que uma menina de 14 anos que carrega uma mochila com um desenho de um coração não era na realidade uma séria ameaça. Porta-vozes do Serviço Secreto disseram não poder comentar a respeito do caso, mas segundo os agentes o arquivo de sua investigação seria destruído.

Ann Brick, promotora da American Civil Liberties Union, organização que defende os direitos do indivíduo, diz que isto tem sido um problema recorrente, e a ausência de leis que impeçam essas ações acabam por reforçar este tipo de atitude. Projetos de lei que exigiam consentimento e presença dos pais em interrogatório de crianças foram negados diversas vezes.

Revoltada com o interrogatório, Julia decidiu que reunirá estudantes membros do MySpace em um dos grupos online para protestar contra a guerra no Iraque.


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