Instalado nesta quarta-feira, 23/06, com a presença de aproximadamente 70 representantes de entidades empresariais, governos federal, estaduais e municipais, além de movimentos sociais, o Fórum Brasil Conectado, instância de debates sobre o Plano Nacional de Banda Larga, não terá força para mudar a estratégia de massificação do uso da internet já delineada no plano em si.

O coordenador dos programas de inclusão digital do governo, Cezar Alvarez, que conduz o Fórum e o comitê gestor desses programas - de onde o PNBL é a expressão máxima desse esforço - não escondeu dos presentes que há pouco espaço para ajustes na proposta. Ainda assim, o Fórum poderá discutir itens como os critérios para as cidades que serão beneficiadas com o acesso às redes públicas de fibras óticas.

"O governo não vai abrir mão de suas prerrogativas", afirmou Alvarez. Ainda assim, ele espera que os participantes do Fórum apresentem propostas ("queremos posicionamentos, não comentários") e destacou que a instância não funcionará como assembleia, uma vez que "não haverá votação". Em resumo, explicou o Fórum como instrumento para a “busca de consensos e a diluição ou entendimento dos dissensos”.

Nesse esforço, Alvarez sustentou que a participação exigirá “paciência, boa vontade, espírito público e espírito cidadão”. Mas não havendo expectativa de que a instância possa provocar modificações significativas no que já foi delineado pelo PNBL, resta ao Fórum, o papel também já antecipado pelo próprio Alvarez, de legitimar o projeto para que ele se transforme em política de Estado, sobrevivendo, portanto, a qualquer que seja o resultado das eleições presidenciais deste ano.

A ideia é que o Fórum Brasil Conectado se reúna a cada dois meses, embora nem todos os encontros devam ocorrer em Brasília, como este desta quarta-feira, 23/6. Boa parte dos debates deve ser conduzido via internet, com a troca de e-mails - onde espera-se as sugestões dos participantes.

Por Luiz Luís Osvaldo Grossmann

Fonte Convergência Digital