Software livre é aquele em que os próprios usuários podem mudar o seu sistema e tentar melhorá-lo sem ser necessariamente grátis. Um deles teve sua mais nova versão lançada no Recife nesta sexta-feira (30). É o Ubuntu, que é gratuíto e foi desenvolvido de forma comunitária por seus entusiastas. A versão 10.04, chamada Lucid Lynx, suscitou debates e palestras realizados na Faculdade Joaquim Nabuco.

Mais de mil pessoas se inscreveram para o evento. O professor Solano Mineiro, coordenador do curso de sistemas da informação, afirma que o objetivo é "agitar o mercado" de tecnologia. "Eu vou ficar muito feliz quando o Windows e o Linux estiverem brigando pelo espaço, disputando o mercado e os profissionais", completa.

Segundo Fabio Filho, diretor da Canonical no Brasil, empresa que integra, refina e finaliza as milhares de colaborações que o programa recebe, 12 milhões de pessoas em todo o mundo usam o software, que pode ser baixado gratuitamente ou pedido em CD. A Canonical é uma empresa com fins lucrativos, que não cobra pelo produto, mas atua na área de consultoria e suporte para empresas. Também segundo Fábio, a companhia tem 400 funcionários e mais de 20 mil pessoas colaboram de suas casas.

No entanto o Ubuntu não é o único; existem diversos outros programas deste tipo, como o Fedora, Debian, Gentoo e Red Hat. Rafael Mendes, coordenador geral do IV Encontro de Software Livre, que acontece na Paraíba, explicou as vantagens do software livre frente ao software fechado e pago usando os carros como metáfora: "É como comprar um veículo e não poder trocar de marcha, arrumar o motor, ou levar para o mecânico. É como se contentar em não deixar seu próprio carro ao seu gosto".

Os simpatizantes veem a contribuição e distribuição como uma "filosofia de vida". "Pensamos na comunidade, a ideia não é ser grátis; é ser livre", resume Rafael. Outros parecem-se mais com torcidas de futebol: "O Linux vai bater o Windows brevemente", espera Márcio Botelho, estudante da Joaquim Nabuco.

Do JC Online