O projeto para massificar o uso da internet no país vai ganhar um novo ingrediente nesta semana. Pequenos e médios provedores vão ao governo levar uma proposta surpreendente na rapidez e no custo: eles prometem conectar mil cidades em quatro meses sem que seja necessário nenhum desembolso em recursos públicos.

“Entre tantas alternativas onerosas, temos a felicidade de apontar nossa capacidade tecnológica para iniciar o projeto de forma instantânea e sem qualquer necessidade de investimentos para a última milha”, afirma o presidente da rede Global Info, Magdiel da Costa Santos – a entidade reúne cerca de 700 provedores em 23 estados.

“Se a previsão de atendimento do Governo aponta a possibilidade de 300 pontos iniciais, essa mesma quantidade de cidades já poderá ser atendida de imediato. Em 30 dias, temos condições de dobrar esse número, e em até quatro meses chegar a mil localidades”, promete.

Na prática, a proposta dos provedores é uma resposta às sugestões da Oi, que pediu R$ 27 bilhões, e da Sky, que calculou em R$ 15 bilhões, para a construção da última milha – ou seja, levar o acesso final aos consumidores. Eles esperam apresentar essas ideias nesta semana ao secretário de Logística e TI do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna.

O “custo” para o governo estaria em garantir aos provedores acesso às fibras óticas da Eletrobrás por R$ 200 o Megabyte. Com isso, eles prometem acesso aos R$ 35 pretendidos no PNBL. “Os provedores de acesso à internet não precisam de qualquer aporte financeiro para iniciar a execução do plano”, diz Magdiel da Costa Santos.

A expansão sem custos, no entanto, seria para as primeiras mil cidades. “Se o governo quiser investir, com R$ 100 milhões poderíamos chegar a 2 mil cidades em um ano”, insiste o presidente da Global Info. A facilidade está na rede já existente de provedores, presente em 1,3 mil municípios.

A oferta de acesso no atacado já faz parte das propostas do governo no desenho do Plano Nacional de Banda Larga. Nas contas do trabalho coordenado pela Casa Civil, com o uso das fibras óticas públicas seria possível vender acesso aos provedores por algo como R$ 230 o Megabyte.

Por  Luís Osvaldo Grossmann

Convergência Digital