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Especialistas do Massachusetts Institute of Technology - MIT Media Lab, dos Estados Unidos, enviaram nesta quinta-feira (17/03) uma carta ao presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Sérgio Amadeu, defendendo a utilização do software livre no PC Conectado.
De acordo com o MIT, antes mesmo de responder se o software livre é ou não a melhor escolha, é necessário avaliar quais as metas da iniciativa. E o PC Conectado, por sua vez, como um programa não só de inclusão digital, mas de inclusão social exige um sistema de baixo custo que integre as camadas menos favorecidas da população.
"No programa PC Conectado, os principais objetivos são aumentar e simplificar o acesso às tecnologias avançadas de computação para as classes mais baixas e micro e pequenas empresas. Esse esforço em direção à inclusão digital é valioso para a construção de capital social e da sociedade civil", destaca um trecho do documento assinado pelo diretor do MIT, Walter Bender e pelo cientista David Cavallo.
Além disso, o documento ressalta que outra missão importante do programa é abrir novos mercados, aumentando a produtividade e reduzindo os custos, assim como ampliar a base educacional em longo prazo. Uma crítica velada ao sistema operacional compacto da Microsoft, o Windows XP Starter Edition, também pode ser entendida na constatação da carta.
"Ao passo em que o crescimento econômico sustentável está nas contribuições à economia baseada na criatividade e no conhecimento, é óbvio para nós que o melhor atalho é fornecer a maior possibilidade de saturação do acesso a experiências positivas com uma tecnologia poderosa. É óbvio também que a tecnologia mais poderosa ao menor custo fornece a melhor penetração. É por isso que defendemos o uso do software livre de alta qualidade em oposição às versões simplificadas dos softwares proprietários mais caros", diz o documento.
Na opinião dos representantes do MIT, outra lição de longo prazo pode ser obtida com a utilização do código aberto. Ela tem a ver com o incentivo à inovação e ao desenvolvimento de novos módulos, que podem ser integrados ao código original, algo que não pode ser feito com os softwares proprietários.
"Nós temos visto exemplos do desenvolvimento de conhecimento de alto nível surgindo do Brasil, do México e de outros países em desenvolvimento, por meio da participação na comunidade de software livre. (...) Esse tipo de experiência não pode ser replicada pelo uso de software proprietário", complementa a carta.
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