A experiência argentina da cooperativa de software livre Elvex foi um dos destaques de hoje da  Conferência Latino-americana de Software Livre 2011 (Latinoware), em Foz do Iguaçu, no Paraná. O diretor da cooperativa, Diego Martin Lima, falou sobre a forma de trabalho dos cooperativados e estimulou os participantes a criarem suas próprias cooperativas, como uma alternativa de negócio  que respeita a filosofia do software livre. “Nosso desafio na Argentina era descobrir como viver de software livre, e percebemos que o modelo de cooperativas é o que mais se encaixa nos princípios que a comunidade defende”, afirmou.

Segundo ele, o trabalho em cooperativa é baseado no compartilhamento tal qual o software livre. “Assim como não há liberdade de conhecimento sem cooperação, não há inclusão social sem distribuição equitativa de renda”. Para ele, os modelos de negócios tradicionais, onde as decisões são centralizadas e impostas aos  trabalhadores limitam a criatividade do indivíduo e com isso, a inovação. “Nas cooperativas todos são iguais, a empresa é dos trabalhadores, a coordenação é democrática e as regras são próprias de cada cooperativa, assim como nas comunidades de software livre”, agregou.

A Elvex é composta por um grupo de profissionais, programadores, hackers e militantes de software livre, onde  cada projeto assumido é baseado no consenso. Martin explica que os cooperados não assumem projetos que não concordam ou não têm interesse em fazer. “Com isso, podemos garantir a qualidade do serviço que oferecemos, o cliente sabe que se topamos a ideia dele é porque estamos motivados a fazer, e esse é um grande diferencial”, garante.

Para Martin, cooperativas e software livre têm muito a contribuir com os países emergentes, na medida em que garantem a distribuição de renda de forma equilibrada e contribuem para a produção e socialização do conhecimento.

 

Foto: Lupa